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Brasil e China lançam laboratório de IA e mecanização para agricultura familiar

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A agricultura familiar semiárido do Brasil está no centro de uma nova e estratégica parceria internacional. O Brasil e a China anunciaram o lançamento da pedra fundamental de um laboratório focado em desenvolver tecnologias de mecanização e inteligência artificial (IA) de ponta, adaptadas especificamente para os desafios desta região.

O espaço será instalado no Instituto Nacional do Semiárido (Insa), uma prestigiada unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), localizada em Campina Grande (PB). O objetivo central é criar maquinário de pequeno porte, mais acessível ao produtor familiar, e implementar soluções avançadas de IA para monitoramento ambiental e análise de dados, cruciais para uma área marcada pela escassez hídrica.

Lançamento oficial em Pequim

A formalização do projeto ocorreu do outro lado do mundo, em Pequim, no dia 16 de outubro. A cerimônia de lançamento da pedra fundamental do “Laboratório Brasil-China de Mecanização e Inteligência Artificial na Agricultura Familiar” foi realizada na renomada Universidade Agrícola da China (CAU).

A delegação brasileira presente na solenidade contou com a presença de Dayvid Santos, coordenador-geral de Tecnologia Social e Economia Solidária do MCTI, e Etham Barbosa, diretor do Insa, que será a instituição gestora do novo laboratório.

Uma parceria de “Parceiros Naturais”

O evento destacou a complementaridade entre as duas nações. Dayvid Santos, do MCTI, ressaltou a sinergia da colaboração, classificando Brasil e China como “parceiros naturais e complementares”.

Segundo ele, o Brasil entra na parceria com seu vasto conhecimento prático, sendo um dos maiores produtores de alimentos do mundo. “O Brasil… traz para esta mesa sua vasta experiência em agricultura tropical, seu conhecimento em solos e biomas diversos, e a força de seus produtores rurais”, disse Santos.

Em contrapartida, a China oferece seu know-how tecnológico. “[A China] traz sua impressionante capacidade de inovação, sua manufatura de alta tecnologia e sua velocidade na adoção de novas soluções digitais”, complementou o coordenador-geral. A fusão dessas duas potências visa criar, em solo brasileiro, soluções que o Brasil, sozinho, levaria mais tempo para desenvolver, e que a China, sem o conhecimento tropical do Brasil, não conseguiria adaptar para esta realidade específica.

O foco na revolução da agricultura familiar semiárido

O diretor do Insa, Etham Barbosa, enfatizou que a parceria representa um avanço sem precedentes, especificamente para a agricultura familiar semiárido. “Com o laboratório, poderemos explorar a região, que é tão rica em recursos naturais”, afirmou, destacando o potencial da bioeconomia local, muitas vezes ofuscado pelos desafios climáticos.

O laboratório atuará em frentes cruciais para mudar a realidade do produtor. A mecanização focará em máquinas de pequeno porte, que são essenciais para as propriedades familiares. Nesses locais, grandes tratores são frequentemente inviáveis, tanto pelo custo quanto pela logística. A nova tecnologia buscará otimizar desde o plantio até a colheita de culturas adaptadas à região.

A inteligência artificial e a digitalização permitirão um monitoramento ambiental preciso. Isso é vital para a gestão eficiente da água e para a análise de dados que pode otimizar a irrigação, prever safras e combater pragas de forma mais sustentável.

Barbosa também mencionou a “formação de pesquisadores”, indicando que o laboratório não será apenas um importador de tecnologia, mas um polo de capacitação local, “construindo capacidade para pesquisa científica” no coração do Nordeste.

Contexto diplomático e próximos passos

Este laboratório não é um ato isolado, mas sim o resultado concreto de um acordo de alto nível. Ele é fruto de um memorando de entendimento assinado entre o MCTI do Brasil e o Ministério da Ciência e Tecnologia da República Popular da China.

O acordo foi firmado em novembro de 2024, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, o que sublinha a importância estratégica que ambos os governos dão à colaboração em ciência e tecnologia agrícola.

O lançamento da pedra fundamental em Pequim fez parte da programação oficial do simpósio de modelos de desenvolvimento dos países da Iniciativa Cinturão e Rota (Belt and Road Initiative), inserindo o projeto de Campina Grande em um contexto de cooperação Sul-Sul global. A gestão e execução do novo centro de pesquisa ficarão sob responsabilidade do Insa.

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