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Justiça suspende processo seletivo para Residência Médica no Amazonas

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A suspensão do PSURM-AM (Processo Seletivo Unificado para Residência Médica do Amazonas) foi determinada integralmente pela Justiça Federal, após o acolhimento de um pedido de tutela de urgência. A decisão, proferida pelo juiz federal plantonista Marcio André Lopes Cavalcante, interrompe o cronograma do certame organizado pela Comissão Estadual de Residência Médica (CERMAM), citando riscos graves à lisura e à isonomia do processo seletivo.

O caso ganhou repercussão após candidatos denunciarem a violação de envelopes de segurança que continham os cadernos de questões. O episódio gerou desconfiança imediata sobre a integridade do concurso, levando à judicialização do caso para impedir que etapas subsequentes consolidassem possíveis irregularidades.

A tese do “calor amazônico” e a reação do Judiciário

Um dos pontos centrais da controvérsia envolve a justificativa apresentada pela organização do concurso. Em Nota de Esclarecimento publicada no dia 3 de dezembro, a CERMAM reconheceu a abertura parcial dos lacres, mas atribuiu o incidente às altas temperaturas da região. Segundo a comissão, o “calor amazônico” teria provocado o derretimento e o consequente “extravasamento de gotículas de cola”, comprometendo o fechamento dos envelopes.

No entanto, o magistrado considerou essa argumentação frágil e insuficiente para garantir a validade da prova. Na visão do juiz Marcio André Lopes Cavalcante, materiais de segurança utilizados em certames públicos, como lacres de envelopes, são tecnicamente desenvolvidos para suportar “variações ordinárias de temperatura”. Aceitar a tese de que o clima local seria capaz de violar o sigilo das provas equivaleria a admitir uma vulnerabilidade estrutural incompatível com a seriedade exigida em um processo de seleção médica.

Além da questão técnica, a decisão judicial destacou a ausência de registros independentes do ocorrido. O fato de que apenas coordenadores internos teriam presenciado a suposta falha técnica, sem a validação de fiscais externos ou testemunhas idôneas no momento do incidente, enfraqueceu a defesa da organizadora.

Princípios constitucionais e segurança jurídica

A decisão que determinou a suspensão do PSURM-AM fundamenta-se na proteção de princípios constitucionais basilares, como a moralidade, a impessoalidade e a isonomia. O juiz federal André Lopes Cavalcanti reforçou que a preservação da integridade física e lógica de materiais sigilosos não é apenas uma exigência burocrática, mas a garantia de que todos os candidatos concorrem em igualdade de condições.

Quando a inviolabilidade dos lacres é colocada em dúvida, cria-se uma fissura na confiança coletiva. Para o Judiciário, permitir que o concurso avançasse sem uma apuração rigorosa dos fatos configuraria um risco de dano irreparável. A continuidade do certame poderia validar um resultado questionável, prejudicando candidatos que se prepararam para a prova e a própria sociedade, que depende da seleção idônea de futuros médicos especialistas.

Desdobramentos e paralisação imediata

A gravidade das denúncias levou os candidatos a registrarem dois boletins de ocorrência, além de provocarem a atuação do Ministério Público do Estado, que já instaurou procedimentos preliminares para investigar o caso.

Com a concessão da tutela, todas as fases futuras do edital 01/2025/2026 estão paralisadas. Isso afeta diretamente a etapa de Análise do Currículo, que estava prevista para ocorrer já no dia 8 de dezembro. O magistrado avaliou que a medida liminar é reversível, ou seja, não causa prejuízo definitivo à administração pública nem aos candidatos, caso as irregularidades sejam posteriormente descartadas. Contudo, a prudência exige a interrupção imediata até que a CERMAM apresente esclarecimentos convincentes.

A Justiça ordenou a citação da CERMAM e deferiu a gratuidade de justiça à parte autora. O desenrolar deste caso será decisivo para o futuro da residência médica no estado, servindo de alerta para a necessidade de rigor técnico na aplicação de provas em regiões com particularidades climáticas, sem que isso sirva de pretexto para falhas de segurança.

*Com informações Portal Amazonas Direito

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