O temporal que atingiu Manaus na noite de domingo (7) registrou rajadas de vento que alcançaram 55 km/h, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Embora a chuva tenha sido intensa em alguns pontos da cidade, a força dos ventos chamou mais atenção, provocando destelhamentos, queda de árvores, muros derrubados e ruas alagadas.
O meteorologista Fábio Nunes, da Defesa Civil Municipal, explicou ao ATUAL que esse tipo de ocorrência é comum no período de transição para a estação chuvosa, quando há maior instabilidade atmosférica.
“Esse nível de intensidade costuma ocorrer em episódios de temporais associados ao desenvolvimento de nuvens convectivas do tipo Cumulonimbus, frequentemente acompanhadas por rajadas de vento e pancadas de chuva”, disse.
Segundo ele, o fenômeno registrado está ligado à formação de núcleos de convecção profunda, capazes de gerar topos muito frios, descargas elétricas e trovoadas, fatores que intensificam o temporal.
Nunes afirmou ainda que as rajadas mais fortes são resultado da dinâmica atmosférica típica da região. De acordo com o meteorologista, “a combinação entre alta umidade, resfriamento noturno e a organização de núcleos convectivos pode favorecer a formação de correntes descendentes intensas, que atingem a superfície na forma de rajadas de vento”.
Consequências do temporal
Moradores relataram objetos arrastados e estruturas danificadas. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram a queda de uma árvore antiga sobre uma casa na rua B11, no Conjunto Ajuricaba, zona centro-oeste. Houve registros semelhantes no Centro e em outros bairros.
Diversas áreas também ficaram sem energia elétrica. Em nota, a Amazonas Energia informou que Manaus enfrentou “condições climáticas adversas com registros de fortes chuvas, descargas atmosféricas e rajadas de vento, interrompendo o fornecimento de energia em diversos bairros”. A empresa destacou ainda “diversas árvores sobre a rede, postes tombados e objetos sobre a rede”, o que exige condições seguras para que as equipes atuem.
A Prefeitura de Manaus registrou seis alagações na zona leste, 15 quedas de árvores — três na zona centro-oeste, cinco na zona leste, quatro na zona sul e três na zona oeste, além de duas erosões e um desabamento na zona sul. Também foram contabilizados seis destelhamentos na zona norte e dois riscos de desabamento na zona leste.
Dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam que os bairros mais atingidos pela chuva foram Cidade de Deus (60 mm), Puraquequara (52 mm), Santa Luzia (46 mm), Colônia Antônio Aleixo (41 mm) e Santa Etelvina (33 mm).
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