Pesquisa indica alto índice de consumo de medicamentos sem prescrição
A automedicação em Manaus preocupa autoridades de saúde e especialistas. O problema cresce com a venda de remédios por ambulantes, prática que facilita o acesso a medicamentos sem prescrição e coloca em risco a vida da população. Uma pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), realizada em 2024, revelou que 90% dos brasileiros tomam medicamentos por conta própria. O Ministério da Saúde registrou mais de 14 mil internações por intoxicação medicamentosa em 2022, número 18% maior que o do ano anterior.
Em locais movimentados da capital amazonense, como o Centro e os terminais de ônibus, vendedores oferecem medicamentos com preços mais baixos, o que contribui para o ciclo da automedicação. Segundo a médica Raquel Azulay, da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), o uso inadequado pode mascarar doenças, atrasar o diagnóstico correto e, em casos graves, levar à morte.
Risco constante na rotina dos consumidores
Moradores admitem recorrer a ambulantes pela praticidade. Uma dona de casa relatou já ter comprado remédios no Terminal de Integração 2, no bairro Cachoeirinha, para aliviar dor de cabeça. Ela reconhece o risco, mas afirma que não pensou nas consequências no momento da compra.
Outros entrevistados apontam a falta de controle sobre a procedência dos medicamentos. Há receio de falsificação e da falta de informação sobre fabricação. Edna, moradora do Centro, observou que a diferença de preço atrai muitos consumidores.
A situação financeira é outro fator determinante. Para a industriária Valdeniza Araújo, a falta de condições para comprar em drogarias leva parte da população a optar por alternativas mais baratas, apesar dos perigos envolvidos.
Projeto de lei tenta combater venda clandestina
Com o aumento do risco à saúde pública, vereadores da Câmara Municipal de Manaus discutiram, em março, um projeto que proíbe a comercialização de medicamentos fora de estabelecimentos autorizados. A proposta, do vereador Marcelo Serafim (PSB), prevê que apenas drogarias com responsável técnico possam vender remédios.
Serafim destaca que a regulamentação é essencial para garantir segurança à população e evitar a disseminação de medicamentos ilegais em camelódromos e terminais de transporte.
Educação em saúde como prevenção
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), realizou recentemente uma palestra na Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) sobre o uso racional de medicamentos. O objetivo é orientar a população para reduzir riscos e evitar intoxicações.
A diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, enfatiza que informação é ferramenta fundamental para que o cidadão cuide da própria saúde com responsabilidade. Além disso, a equipe reforçou a importância do descarte correto de remédios vencidos e insumos, contribuindo também para práticas sustentáveis.
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