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PF prende dono do Banco Master em tentativa de fuga; BC decreta liquidação

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A Polícia Federal deflagrou uma operação decisiva que culminou na prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, na noite desta segunda-feira (17). O banqueiro foi interceptado no Aeroporto Internacional de Guarulhos enquanto tentava deixar o país em um avião particular com destino a Malta. A ação policial ocorre em meio a revelações de um esquema fraudulento que pode ter movimentado cerca de R$ 12 bilhões e resultou na decretação da liquidação extrajudicial da instituição pelo Banco Central na manhã desta terça-feira (18).

A prisão de Vorcaro foi o ponto alto da operação “Compliance Zero”, que investiga a emissão e venda de títulos de crédito falsos. Segundo as investigações, o Banco Master operava um sistema de ofertas de CDBs (Certificados de Depósito Bancário) com promessas de retorno financeiro irreais, chegando a oferecer 40% acima da taxa básica do mercado. Essa prática, insustentável a longo prazo, levantou suspeitas das autoridades reguladoras e culminou na ação da PF.

Tentativa de fuga e bastidores da operação

A prisão de Daniel Vorcaro foi antecipada pelas autoridades federais diante do risco iminente de fuga. Investigadores monitoraram os passos do banqueiro, que estava na sede do Banco Master na tarde de segunda-feira. Logo após o anúncio público da venda da instituição para o grupo Fictor, Vorcaro se deslocou de helicóptero até o terminal de aviação executiva em Guarulhos.

Para a Polícia Federal, a movimentação não deixava dúvidas: o objetivo era deixar o Brasil antes que os desdobramentos da investigação viessem à tona. Malta, o destino final do voo, é conhecida por suas leis flexíveis em relação a extradições em certos contextos. Além de Vorcaro, a operação cumpriu mandados contra outros diretores da instituição. Ao todo, seis dos sete mandados de prisão foram executados, além de 25 mandados de busca e apreensão em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal.

Banco Central intervém e decreta liquidação do Banco Master

A crise no Banco Master atingiu seu ápice na manhã desta terça-feira, quando o Banco Central (BC) emitiu um comunicado oficial decretando a liquidação extrajudicial da instituição. A medida também impôs a indisponibilidade dos bens dos controladores e ex-administradores. Na prática, essa decisão congela qualquer operação financeira do banco e interrompe imediatamente as negociações de venda que estavam em andamento.

A intervenção do BC ocorre poucas horas após o anúncio de que a Fictor Holding Financeira, liderando um consórcio com investidores dos Emirados Árabes, compraria o Banco Master. O acordo previa um aporte de R$ 3 bilhões para sanar as dificuldades de caixa da instituição. Contudo, com a liquidação decretada, o negócio foi automaticamente cancelado, deixando um vácuo financeiro e jurídico.

Histórico de negociações frustradas e fraudes

O colapso do Banco Master não é um evento isolado, mas o desfecho de uma série de tentativas frustradas de manter a instituição operante. Antes da aproximação com a Fictor, o Banco de Brasília (BRB) tentou adquirir o controle acionário do banco de Vorcaro em uma operação anunciada em março. O acordo envolvia a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais.

Entretanto, a transação com o BRB foi vetada pela diretoria colegiada do Banco Central em setembro. A autoridade monetária justificou a negativa apontando a ausência de documentos que comprovassem a viabilidade econômico-financeira do negócio, apesar de a operação já ter recebido aval do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e apoio político no Distrito Federal.

A operação “Compliance Zero” agora foca em desmantelar a organização criminosa instalada no Banco Master. As acusações incluem gestão fraudulenta, gestão temerária e emissão de títulos sem lastro. A investigação aponta que títulos podres eram vendidos a outras instituições e, quando fiscalizados, eram substituídos por novos ativos sem avaliação técnica, criando uma “bola de neve” financeira que agora foi estourada pela Polícia Federal.

*Com informações do G1

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