Durante 12 dias, pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) realizaram a terceira expedição fluvial do Programa de Monitoramento da Água, Ar e Solos do Estado do Amazonas (ProQAS/AM), uma das maiores iniciativas de monitoramento ambiental do mundo. A bordo da embarcação de pesquisa Roberto dos Santos Vieira, o Grupo de Pesquisa Química Aplicada à Tecnologia (GP-QAT/UEA) percorreu mais de 1.700 km pelo rio Madeira, analisando 54 pontos da bacia hidrográfica para avaliar a qualidade da água, dos peixes e dos sedimentos.
A pesquisa, chamada Iriru 3, utiliza 164 parâmetros do Conama e envolve parceria internacional com a Harvard John A. Paulson School of Engineering and Applied Sciences, nos Estados Unidos, além de instituições brasileiras como IPAAM, Fapeam, Grupo Atem e CNPq.
Resultados preliminares
Os primeiros dados revelam alterações químicas, físicas e biológicas nos ecossistemas aquáticos, além de indícios de contaminação por mercúrio — consequência direta do garimpo ilegal, que utiliza o metal para separar ouro dos sedimentos. Essa prática eleva a turbidez da água, acelera o assoreamento e compromete a qualidade dos peixes consumidos pelas comunidades ribeirinhas.
“Esse monitoramento contínuo permite mapear áreas críticas, prevenir riscos à saúde humana e planejar ações de conservação da biodiversidade amazônica”, destacou Silvana Silva, engenheira ambiental da UEA e responsável pela análise de metais pesados no projeto.
Estrutura de ponta
Com quatro laboratórios embarcados, a expedição conseguiu realizar análises físico-químicas e microbiológicas em tempo real. Espécies como jaraqui, pacu, matrinxã, traíra e sardinha foram coletadas para avaliar a presença de contaminantes, dada a importância desses peixes na alimentação local.
Segundo o coordenador do ProQAS/AM, professor Duvoisin Junior, a infraestrutura montada é inédita na região e será referência para monitoramentos ambientais em outras áreas da Amazônia.
Impacto científico e social
Para o reitor da UEA, André Zogahib, a iniciativa reforça o papel da ciência no desenvolvimento sustentável da região:
“A experiência das equipes envolvidas fortalece a capacidade da UEA de gerar informações estratégicas sobre fenômenos ambientais complexos, promovendo ciência de impacto global com reflexos diretos na vida das populações da Amazônia”.
Próximos passos
O GP-QAT já planeja quatro novas campanhas em 2026, ampliando o diálogo com comunidades ribeirinhas e o poder público para transformar os resultados em políticas ambientais eficazes.
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