O cenário de assistência social no Brasil inicia uma nova fase a partir da próxima segunda-feira, dia 24. O governo federal lança oficialmente a primeira etapa do Gás do Povo, um programa nacional desenhado para prover a recarga gratuita do botijão de gás de cozinha (GLP 13 kg) a famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Nesta fase inaugural, a estimativa é que cerca de um milhão de famílias sejam beneficiadas diretamente, garantindo acesso a um insumo essencial para a alimentação diária.
A iniciativa do Gás do Povo representa uma mudança estratégica na forma como o auxílio gás era distribuído anteriormente. O modelo antigo, que baseava-se no repasse de dinheiro aos beneficiários, dá lugar agora a um sistema de entrega direta do produto. Segundo nota divulgada pelo governo, essa transição visa assegurar que o recurso público chegue “exatamente onde deve chegar”, ou seja, na recarga efetiva do botijão utilizado pelas famílias, reduzindo significativamente as margens para fraudes e o uso indevido do valor.
Capitais contempladas e expansão do Gás do Povo
O cronograma inicial prioriza dez capitais brasileiras, distribuídas por diversas regiões do país. As cidades que receberão o benefício a partir de segunda-feira são: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).
O planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME) é ambicioso. A projeção é que, até março do próximo ano, a cobertura do Gás do Povo seja ampliada massivamente, alcançando um total de 15 milhões de famílias em todo o território nacional. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, destacou a importância humanitária do projeto. Para ele, a medida vai além da economia doméstica.
“O Gás do Povo combate a pobreza energética, garante alívio real no orçamento das famílias e protege a saúde de quem ainda recorre à lenha ou a materiais inflamáveis para cozinhar”, explicou o ministro, ressaltando o compromisso com a segurança alimentar e a qualidade de vida da população mais carente.
Como funciona a retirada do benefício
A operação logística do programa ficará a cargo da Caixa Econômica Federal. A instituição financeira será responsável por distribuir os vales-recarga, realizar o cadastro das revendedoras de gás participantes e validar os meios de acesso dos usuários. É importante notar que não haverá intermediação de pagamentos em espécie. A retirada da recarga gratuita deverá ser feita diretamente nas revendas credenciadas.
Para comprovar o direito ao benefício do Gás do Povo, o cidadão terá à disposição três mecanismos de identificação seguros:
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O cartão do Bolsa Família;
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O cartão de débito da Caixa;
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O CPF do titular, mediante um código de validação que será enviado ao celular cadastrado.
Este modelo tecnológico busca ampliar a rastreabilidade e a eficiência na entrega, garantindo transparência ao processo.
Critérios de elegibilidade para o Gás do Povo
O programa destina-se a um público específico, selecionado com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). Para ter acesso ao gás gratuito, a família deve estar inscrita no Cadastro Único (CadÚnico) e possuir uma renda per capita de até meio salário-mínimo, o que corresponde atualmente a R$ 759,00. Além disso, é requisito que o cadastro tenha sido atualizado nos últimos 24 meses.
Dentro deste grupo, terão prioridade as famílias que já são beneficiárias do Bolsa Família. A quantidade de recargas anuais não é fixa para todos; ela varia conforme a composição familiar. O programa prevê a concessão de 3 a 6 botijões por ano, dependendo do número de moradores na residência, assegurando que lares com mais pessoas tenham o suporte adequado à sua demanda de consumo.
Com a implementação do Gás do Povo, o governo espera não apenas aliviar o bolso do brasileiro, mas também reduzir os riscos domésticos associados ao uso de combustíveis inadequados para o preparo de alimentos.
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