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Guaraná: o novo potencial amazônico

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A Amazônia com seus sabores e aromas já conquista o mundo há anos. Porém, agora, o cenário amazônico tem sido apreciados por muitos, recebendo a prestigiada menção do The New York Times, que elencou Manaus como um dos melhores destinos gastronômicos de 2023.

A floresta e suas propriedades também foram tema da edição do Fórum Gastronômico Internacional Alimentarte, organizado pelo instituto espanhol Basque Culinary Center, em maio deste ano. Em 2023, o novo queridinho da vez é o guaraná (Paullinia cupana).

O que é o guaraná?

Planta nativa da região amazônica, é encontrada no Brasil. Com características medicinais e parte da fórmula de um famoso refrigerante nacional, a planta é mais cultivada em Maués, município do Amazonas, onde são colhidos de 700 a 800 quilos do fruto por ano, e na Bahia.

Para os indígenas Sateré-Mawé, guaraná significa “a fonte de sabedoria”. O seu fruto, em formato de olho, estimula a energia por possuir substâncias semelhantes a cafeína. A partir dele, é fabricado xarope, pós, cosméticos e alimentos.

Foto: Diego Peres/Amazonastur

O guaraná e os benefícios para a saúde

A nutricionista Ingrid Julie (CRN7 8214) ressalta que o Guaraná possui grandes benefícios para a saúde, “como o aumento de energia e foco devido à cafeína natural, além de propriedades antioxidantes que podem ajudar a combater danos celulares”.

Ingrid explica que o fruto é rico em sais minerais como fósforo, ferro, magnésio, potássio, cálcio, vitamina B 1 e A, além das fibras que melhoram o funcionamento intestinal.

“No entanto, é importante lembrar que o consumo deve ser moderado, uma vez que o excesso de cafeína pode levar a efeitos colaterais indesejados, mas uma dosagem considerada segura para adultos é de 0,5 a 2g”, alerta a nutricionista.

Para o uso no dia a dia, o pó do guaraná pode ser diluído em água, suco, shots, iogurtes naturais ou em vitaminas e frutas. Como recomendação, Ingrid afirma que é preferível consumir no café da manhã ou início da tarde. “Evite utilizar no final do dia ou à noite devido aos efeitos na insônia e qualidade do sono”, explica.

Porém, também há contraindicações. O consumo não é recomendado para mulheres grávidas, que estão amamentando, crianças e pessoas com pressão alta, com doenças renais, gastrite, distúrbios de coagulação, hipertireoidismo, distúrbios como ansiedade ou pânico.

Ingrid também explica a necessidade de sempre consultar um profissional de saúde para adequar o consumo do guaraná na dieta de cada um.

Bebida energética

A nutricionista Ingrid recomenda uma receita de bebida energética com guaraná:

  • 150ml de água;
  • 100 ml suco de uva 100%;
  • 1 colher de café de guaraná em pó;
  • 1 fatia de gengibre;
  • 6 morangos
  • Bata bem todos os ingredientes no liquidificador e ingira a seguir.

Bioeconomia

Além dos benefícios medicinais e naturais, o guaraná também pode beneficiar mais de 750 mil famílias entre agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais da Amazônia Brasileira, de acordo com dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Embrapa e outras instituições.

No Amazonas, pesquisas recentes tem mostrado o potencial bioeconômico do guaranazeiro, indicando possibilidades de desenvolvimento de produtos medicinais e estéticos. Além de colaborar para a saúde da população, o avanço de estudos sobre o uso do guaraná pode contribuir imensamente com os produtores de Maués.

Um estudado coordenado pela pesquisadora Ednea Aguiar Maia Ribeiro, da Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnATI), revela que a combinação do pó do guaraná com a semente do açaí favorece a cicatrização de feridas.

FOTO: Acervo da pesquisadora Ednea Aguiar Ribeiro

“O formulado aumentou a viabilidade das células da pele, e a proliferação destas células, fazendo com que houvesse maior regeneração e cicatrização”, explicou Ednea.

Guaraná é antioxidante

Outra função descoberta pela pesquisa sobre o extrato guaraná-açaí é o fator antioxidante, com a capacidade de combater os radicais livres, que são moléculas formadas em maior quantidade quando ocorre má alimentação, sedentarismo, estresse ou sono desregulado.

Uma pesquisa, ainda em andamento, analisa o reaproveitamento de resíduos da cadeia produtiva do guaraná para a produção de bioetanol.

De acordo com a coordenadora do estudo, doutora em Engenharia de Recursos Naturais, Leiliane do Socorro Sodré de Souza, a formulação obtida a partir da biomassa lignocelulósica proveniente, principalmente de resíduos agroindustriais, tem se mostrado uma fonte alternativa promissora para a produção de biocombustível, evitando a competição com alimentos além de reduzir a poluição ambiental.

“Outras características importantes também foram avaliadas em porções diferentes do fruto, como casca e casquilho, buscando também a geração de bioprodutos”, acrescentou a engenheira.

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