A probabilidade de uma mulher se candidatar e se eleger é de apenas 5,5%, quase três vezes menor que a taxa de sucesso de 15,2% para homens. Esses dados são resultados preliminares de um estudo conduzido por aproximadamente 30 pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e instituições parceiras, cuja publicação dos relatórios finais está prevista para 30 de julho.
O estudo “De Olho nas Urnas”, financiado pelo Congresso Nacional via Observatório Nacional de Mulheres na Política (ONMP) da Câmara dos Deputados, visa conectar os dados coletados à realidade das candidatas, buscando entender e mitigar as barreiras que dificultam a participação feminina na política.
Perfil das candidatas mulheres
Os resultados preliminares mostram que mulheres brancas constituem a maioria das candidatas, representando 49,8%, seguidas por pardas (38,38%) e pretas (10,95%). Indígenas representam apenas 0,4% das candidaturas. Esta tendência persiste nas eleições, com mulheres brancas ultrapassando 50% das eleitas.
Mulheres e homens casados apresentam maior sucesso eleitoral. Para mulheres casadas, a taxa de sucesso é de 7,6%, aproximadamente o dobro daquelas que são solteiras, cuja taxa é de 3,9%.
Violência política de gênero
Foram realizadas 80 entrevistas em profundidade com candidatas eleitas e não eleitas em 2020. As entrevistadas relataram experiências de violência de gênero, incluindo machismo, imposições sociais, trabalho reprodutivo como impedimento, pressão estética, e falta de apoio familiar.
A pesquisadora Najla Frattari explicou que as entrevistas não mencionavam diretamente “violência de gênero”, mas situações de violência política de gênero surgiram espontaneamente, embora muitas mulheres não as identificassem diretamente como “violência”.
Análise dos dados do TSE
A pesquisa também analisa dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referentes às eleições municipais de 2020, com o objetivo de compará-los com as eleições de 2024.
A probabilidade de uma mulher se candidatar e se eleger é de 5,5%, enquanto a dos homens é de 15,2%. As menores taxas de sucesso estão no Sudeste, com destaque para o Rio de Janeiro (1,37%), e as maiores no Piauí (aproximadamente 13%) e Rio Grande do Norte (aproximadamente 11%).
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