O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) deve ter seus salários e verbas de gabinete suspensos nos próximos dias pela Câmara dos Deputados. A medida está sendo articulada pela Mesa Diretora da Casa, uma vez que o parlamentar se encontra foragido nos Estados Unidos e foi impedido de participar das sessões de votação de forma remota.
De acordo com informações apuradas pela CNN Brasil, a cúpula da Câmara trabalha para interromper qualquer tipo de repasse financeiro ao parlamentar enquanto não há uma decisão oficial definitiva sobre a perda de seu mandato. A Secretaria da Mesa já analisa a base jurídica necessária para efetivar o bloqueio imediato, tendo acionado a Advocacia-Geral da Casa para orientar os procedimentos legais.
Reação política e pressão pública
A suspensão dos pagamentos a Alexandre Ramagem possui dois objetivos centrais na avaliação dos líderes partidários. O primeiro é sinalizar o descontentamento institucional, especialmente por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A atitude de Ramagem de deixar o país sem aviso prévio e, ainda assim, tentar exercer o voto remotamente, foi mal recebida pela presidência.
O segundo objetivo é oferecer uma resposta pública contundente. Existe uma pressão crescente para que a Câmara cumpra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a perda do mandato. Embora ainda não haja consenso interno sobre o rito de cassação, os dirigentes avaliam que cortar as prerrogativas financeiras é uma medida necessária e imediata.
Risco financeiro e histórico recente
A urgência em cortar os pagamentos também visa proteger os cofres públicos de depósitos considerados indevidos, evitando o risco de gerar dívidas de difícil recuperação.
A situação remete a um caso recente envolvendo outro parlamentar do mesmo partido. Há cerca de duas semanas, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi inscrito na Dívida Ativa da União. A Câmara cobrou valores referentes a março deste ano, período em que ele se ausentou das sessões antes mesmo de formalizar um pedido de licença. Para evitar um cenário semelhante com Alexandre Ramagem, a administração da Casa optou pela cautela fiscal preventiva.
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