As plataformas para vendas de conteúdo online, Kiwify e Cakto, se encontraram no palco de uma polêmica envolvendo trabalho infantil na internet. Menores de idade teriam recebido prêmios por atingirem mais de R$ 100.000,00 em vendas, entre os itens, garrafas com bebidas alcólicas.
Via de regra, Kiwify e Cakto só aceitam cadastros de maiores de idade e pessoas que tenham representantes legais, no entanto, as plataformas parecem estar desatentas aos formatos de negócios em que as crianças estão sendo aliciadas para participar de lançamentos e divulgações de infoprodutos, vendendo publicidade e cursos.
Algumas dessas crianças chegam a zombar da educação e insinuar que vão deixar a escola porque ganham mais do que médicos. Vídeos com o título “POV: você abandonou a escola para vender na internet” são cada vez mais comuns, como nesse post do tiktok.
Neste formato de publicidade, as crianças aliciadas são utilizadas para mostrar que estão ganhando muito dinheiro e chamam outras crianças para descobrirem o segredo de como conquistar os mesmos resultados.
Nesse momento, a criança é encaminhada para uma página de vendas de um curso hospedado no Kiwify, Cakto ou outra plataforma, onde existem aulas online sobre formas de ganhar dinheiro na internet. A criança que criou e aparece no anúncio tem um link de afiliada, ou seja, ela ganha dinheiro por comissão a cada vez que um de seus seguidores compra um curso nas plataformas Kiwif7 e Cakto.
É assim que as crianças estão ganhando em média cem mil reais para divulgarem cursos das plataformas Kiwify, Cakto, entre outras e ao baterem essa meta, recebem os prêmios duvidosos que incluem uma plaquinha comemorando o feito da venda e também os brindes que envolvem delicatessens, incluindo garrafas de bebidas alcoólicas para o brinde da conquista.
Em um dos casos, o Caio Martins, CEO da Cakto, chegou a comentar: “Só não pode beber esse Chandon kkkkkkk” (veja na imagem abaixo).
Posicionamento das plataformas Kiwify e Cakto
Procuradas para comentar sobre o envio dos brindes, a plataforma Cakto disse que “todos os cadastros na plataforma são realizados exclusivamente por maiores de idade e vinculados a um responsável legal”. A empresa não comentou sobre o posicionamento do CEO.
“A premiação é padrão e concedida a todos os produtores que atingem o faturamento de R$ 100 mil, não havendo distinções ou privilégios para indivíduos específicos”, completou a empresa Cakto.
A Kiwify, por sua vez, que negou ter enviado esses prêmios diretamente para menores, disse que vai implementar “uma revisão operacional para evitar a recorrência de situações semelhantes a essa. “Essas contas estão sendo preventivamente bloqueadas para maiores investigações devido ao potencial compartilhamento indevido de login e senha”, disse a plataforma Kiwify, sobre os perfis que exibiram bebidas entre os brindes recebidos.
Leia mais:
Quem é Ana Paula Minerato e por que está sendo acusada de racismo?
É verdade que a CNH terá uma categoria para carros automáticos?
Conheça as experiências de outros países com jornada de trabalho reduzida
Siga nosso perfil no Instagram e curta nossa página no Facebook