Com a COP30 em Belém no horizonte, o governo brasileiro intensifica negociações no continente europeu para capitalizar o ambicioso “Fundo Florestas Tropicais para Sempre”, uma iniciativa que promete revolucionar a preservação ambiental com um modelo de investimento, não de doação.
Na contagem regressiva para a COP30, que transformará Belém (PA) na capital mundial do clima, o governo brasileiro acelera as negociações para consolidar seu mais novo e ambicioso projeto de preservação: o Fundo Florestal Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). A missão de garantir o financiamento inicial para este mecanismo inovador coube a Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda e figura de confiança do ministro Fernando Haddad. Em uma viagem estratégica que incluiu Londres e Berlim, Durigan se reuniu com potenciais parceiros para assegurar o capital necessário para o lançamento oficial do fundo durante a conferência.

O objetivo da agenda europeia foi claro: alinhar os detalhes finais com nações que já demonstram interesse em liderar essa nova era da conservação ambiental.
“Alemanha, Noruega e Reino Unido são os três países com quem a gente mais avançou nesse diálogo, e são os três países com que a gente gostaria de contar como cofundadores do fundo”
Revelou Durigan em entrevista, direto de Berlim. A participação desses países é vista como fundamental para conferir credibilidade e robustez financeira à iniciativa desde o seu início.
Meta Ambiciosa: de 1 bilhão para 125 bilhões de dólares
Para sinalizar o comprometimento do Brasil com a proposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já anunciou um aporte inicial de 1 bilhão de dólares, o equivalente a cerca de R$ 5,4 bilhões. Contudo, essa é apenas a semente de um projeto muito maior. A meta de curto prazo é captar 25 bilhões de dólares nos primeiros meses após o lançamento, com o objetivo de, a longo prazo, atingir a marca de 125 bilhões de dólares. Para alcançar tais cifras, a adesão de outros governos como investidores é indispensável.
O fundo já conta com um grupo sólido de apoiadores. Do lado das nações com florestas tropicais, Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia endossam a iniciativa. Entre os potenciais investidores, além do trio europeu já citado, estão Emirados Árabes Unidos e França. A expectativa é que, com os entraves técnicos sendo superados, o palco da COP30 seja o local para o anúncio de novas e significativas contribuições financeiras. “Com as questões técnicas resolvidas, a gente vai ganhar um impulso político para um importante anúncio a ser feito pelo presidente Lula”, assegurou Durigan, demonstrando otimismo com o andamento das conversas.
Inovação financeira: como funciona o novo fundo florestal?
O que distingue o Fundo Florestas Tropicais para Sempre de outros mecanismos de conservação é sua estrutura inovadora e permanente. Durigan destaca duas características centrais. A primeira é a perenidade. “Uma vez constituído, ele se pereniza no tempo, por isso o nome ‘para sempre’. Ele tem total condição de passar a ser um instrumento permanente de suporte e de apoio financeiro às florestas tropicais”, explicou o secretário.
O segundo e mais disruptivo elemento é o seu modelo de financiamento. O TFFF foi projetado não para receber doações, mas para atrair investimentos que gerarão retorno financeiro. “Ele foge do que é tradicional e já conhecido no ambiente do multilateralismo, por constituir um investimento e não uma doação. No caso do TFFF estamos falando de um investimento em prol das florestas tropicais no mundo, onde haverá um pagamento de juros para os investidores”, sublinhou Durigan. Essa abordagem visa atrair um volume muito maior de capital, incluindo o mercado financeiro privado, que busca aliar sustentabilidade e rentabilidade.
Diálogos em Berlim e a Promoção da COP30

A visita de Durigan a Berlim não se limitou a reuniões de gabinete. Ele participou de um painel de discussão sobre as relações entre Europa e América do Sul, evento organizado pela Embaixada do Brasil em cooperação com a Fundação Friedrich Ebert (FES), entidade ligada ao Partido Social Democrata da Alemanha. O debate, que contou também com a presença do presidente do PT, Edinho Silva, serviu como mais uma plataforma para promover tanto a COP30 quanto o fundo. Tópicos como transição energética, justiça social, defesa da democracia e laços comerciais foram discutidos, reforçando a imagem de um Brasil engajado em múltiplas frentes na arena global.
Para saber mais consulte o site do Fundo Florestas Tropicais para Sempre
Com informações de DW.com
Leia mais:
Custo de passagem a R$ 8 mil leva governo a cancelar evento pré-COP30
Prosamin+ será apresentado na COP30 como exemplo global de sustentabilidade
Lula visita obras da COP30 em Belém e enfrenta desafios de hospedagem
Siga nosso perfil no Instagram, Tiktok e curta nossa página no Facebook
📲Quer receber notícias direto no celular? Entre no nosso grupo oficial no WhatsApp e receba as principais notícias em tempo real. Clique aqui.

