Em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Assistência Social e Combate à Fome (Seas), realizou nesta quarta-feira (19/11) uma programação voltada à valorização da cultura afro-brasileira e ao enfrentamento do racismo. As atividades ocorreram nos Centros Estaduais de Convivência da Família (CECFs) e no Centro Estadual de Convivência do Idoso (Ceci Aparecida).
A agenda incluiu rodas de conversa, oficinas de pintura, arte terapia e apresentações culturais, reunindo frequentadores dos centros para refletir sobre a contribuição histórica do povo negro e as lutas por igualdade. As ações prestaram homenagem a Zumbi dos Palmares, referência na resistência negra.
Discussões e reflexões
No CECF Magdalena Arce Daou, no bairro Santo Antônio, a roda de conversa foi conduzida pela militante da causa negra Letícia Alves, gerente de Promoção da Igualdade Racial da Sejusc. Ela destacou a campanha nacional “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência e do Racismo contra as Mulheres”, reforçando o papel das políticas públicas no combate ao racismo.
“Se trata de uma campanha nacional, que vai de 20 de novembro a 10 de dezembro, coordenada pelo Ministério das Mulheres em articulação com as secretarias estaduais e órgãos de políticas para as mulheres em todo o país, visando combater o racismo, problema que precisa ser tratado em todas as esferas governamentais, inclusive nas escolas”, afirmou.
Entre os presentes, Antônia Sueli de Souza Nascimento avaliou a atividade como esclarecedora e relatou um episódio de preconceito vivido por uma parente.
“Minha sobrinha estudou, se formou e ao participar de uma seleção de emprego foi informada de que a vaga não era para pessoas negras”, relatou.
A programação também teve destaque para a capoeira, apresentada como expressão de resistência e símbolo da herança afro-brasileira. A peruana Socorro Costa, que integra atividades do centro há três anos, reforçou a importância da valorização cultural.
“Gosto de participar dessas atividades, importantes para cultivar minhas raízes africanas”, disse.
Valorização da cultura afro-brasileira
A secretária da Seas, Kely Patrícia, enfatizou que as ações nos centros reforçam o reconhecimento da contribuição negra para a formação cultural do país.
“Os negros têm uma importância fundamental na cultura afro-brasileira, seja através da dança, música, culinária, uma riqueza cultural trazida pela diáspora africana”, afirmou.
A coordenadora dos Centros de Convivência, Rita Abecassis, destacou que as atividades são essenciais para promover conscientização e combater o preconceito:
“Nada mais justo do que lutar no combate ao preconceito racial, o que exige um trabalho de base, junto aos grupos de convivência dos centros”.
Ações nos demais centros
Outras unidades promoveram atividades específicas, como:
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CECF 31 de Março (Japiim): palestra sobre Consciência Negra com o Grupo Florescer.
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CECF André Araújo (Raiz): apresentação de capoeira simbolizando resistência.
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CECF Maria de Miranda Leão (Alvorada): dinâmica “Rede da União” e música afro-brasileira.
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CECF Padre Pedro Vignola (Cidade Nova): apresentação cultural e oficina de pintura afro.
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Ceci Aparecida: produção de cartazes em arte terapia e roda de sensibilização com grupos de convivência.
As ações reforçaram a importância do combate ao racismo estrutural e do reconhecimento da identidade negra dentro dos espaços de convivência social do Estado.
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