A criação de empregos formais no Brasil continua a demonstrar um vigor surpreendente, desafiando as projeções econômicas e consolidando um ciclo favorável aos trabalhadores em 2025. Segundo dados recentes divulgados pelo Governo Federal, por meio do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país registrou um saldo positivo acumulado de 1,8 milhão de novas carteiras assinadas entre janeiro e outubro deste ano.
Este resultado robusto coloca o mercado de trabalho em uma posição de destaque, superando significativamente algumas estimativas de analistas que projetavam um encerramento de ano com cerca de 1,2 milhão de vagas. O desempenho é ainda mais notável quando se observa o cenário macroeconômico, caracterizado por uma taxa básica de juros (Selic) elevada, atualmente no patamar de 15% ao ano.
O cenário “Pró-Trabalhador” e a valorização salarial
A dinâmica atual do mercado não se resume apenas à quantidade de vagas, mas também à qualidade das negociações. Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do FGV-Ibre, analisa o momento como um ciclo “muito pró-trabalhador”. Segundo o especialista, o cenário é marcado por uma combinação rara: salários crescendo acima da produtividade, taxas de desemprego em níveis historicamente baixos e um volume recorde de pedidos de demissão voluntária, o que indica que os profissionais se sentem seguros para buscar melhores oportunidades.
Essa percepção é corroborada pelos números. O salário médio real de admissão no país alcançou R$ 2.304,31 em outubro, representando um aumento de 0,8% (ou R$ 17,28) em comparação a setembro. Essa valorização do rendimento inicial, somada à segurança da carteira assinada, fortalece o poder de compra das famílias e mantém a economia aquecida.
Com o saldo acumulado, o Brasil atingiu um marco histórico no estoque total de vínculos formais ativos: são agora 48,99 milhões de brasileiros com garantias trabalhistas asseguradas, o maior número já registrado na série histórica.
Desempenho setorial e destaques de outubro
Ao analisar especificamente o mês de outubro de 2025, o Caged apontou uma abertura líquida de 85,1 mil vagas formais. O saldo é resultado direto de 2.271.460 admissões contra 2.186.313 desligamentos. Embora este número mensal tenha ficado ligeiramente abaixo das estimativas mais otimistas do mercado financeiro, especialistas reforçam que o dado não sinaliza fraqueza na atividade formal. Pelo contrário, confirma a estabilidade de um mercado que já opera próximo ao pleno emprego em diversos setores.
O protagonismo na geração de empregos formais continua com o setor de Serviços, que liderou o ranking mensal com a criação de 82.436 novos postos. A robustez do setor reflete a demanda contínua da população e a diversificação da economia. Em segundo lugar, o Comércio demonstrou força com 25.592 novas vagas, já sinalizando o aquecimento para as festividades de fim de ano.
A força do Nordeste e expectativas futuras
Um dos dados mais relevantes do relatório de outubro foi o desempenho regional. A Região Nordeste assumiu a liderança na geração de empregos no país, sendo responsável pela abertura de 33.831 novas vagas. Este movimento indica uma descentralização importante do desenvolvimento econômico, com novos polos de trabalho ganhando tração fora do eixo Sul-Sudeste.
Para o encerramento de 2025 e o início do próximo ano, a expectativa permanece otimista. Mesmo com a desaceleração natural esperada em comparação aos anos de recuperação pós-pandemia, o mercado de trabalho brasileiro mantém-se em uma posição de barganha favorável ao trabalhador. A previsão é que o país continue a registrar taxas de desemprego mínimas, consolidando a estabilidade social e econômica através do trabalho formal.
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