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Governo Trump firma histórico Acordo EUA-Paraguai para atuação militar na América do Sul

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O novo Acordo EUA-Paraguai alinha-se à estratégia de segurança nacional de Washington, retomando a influência na região e permitindo operações conjuntas de defesa.

Em um movimento significativo para a geopolítica sul-americana, a Secretaria de Estado dos Estados Unidos anunciou a assinatura oficial de um Acordo EUA-Paraguai de cooperação. O tratado prevê a atuação regulamentada de militares americanos, bem como de funcionários civis do Departamento de Guerra dos EUA, em território paraguaio. A medida reflete diretamente as novas diretrizes de política externa do segundo mandato de Donald Trump, que buscam reafirmar a presença de Washington no hemisfério.

A formalização do pacto ocorreu durante um encontro entre o Secretário de Estado, Marco Rubio, e o Ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano. Segundo nota oficial divulgada pelo governo norte-americano, a reunião serviu para assinar um “Acordo de Estatuto de Forças” (Status of Forces Agreement), um instrumento jurídico internacional que define as regras para a presença de tropas estrangeiras em uma nação parceira.

O que muda com o Acordo de Estatuto de Forças

É fundamental compreender a natureza técnica deste Acordo EUA-Paraguai. O documento estabelece as bases legais para as operações, garantindo segurança jurídica tanto para o país anfitrião quanto para as forças visitantes. Ele define direitos, responsabilidades e o status legal dos militares e funcionários de defesa quando estes se encontram em solo estrangeiro.

Embora o tratado facilite a entrada e a operação de pessoal, o comunicado oficial ressalta que o documento não implica, necessariamente, na criação de bases militares permanentes. O foco declarado é facilitar “o treinamento bilateral e multinacional, a assistência humanitária, a resposta a desastres e outros interesses de segurança compartilhados”.

Para a diplomacia americana, este é um passo histórico que “fortalece a soberania de ambos os países e aprimora a cooperação para maior estabilidade e prosperidade na região”, consolidando uma parceria de longa data entre Assunção e Washington.

A nova estratégia: O retorno da Doutrina Monroe?

O timing deste Acordo EUA-Paraguai não é coincidência. Ele ocorre poucas semanas após a divulgação da nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA, documento que norteia as ações do governo Trump para garantir a supremacia dos interesses americanos. O texto recém-publicado classifica a América Latina como uma esfera prioritária e de interesse estratégico vital.

Analistas internacionais apontam que a linguagem utilizada no documento ecoa elementos da “Doutrina Monroe”, política do século XIX que definia as Américas como área de influência exclusiva dos Estados Unidos. Integrantes da atual gestão já se referiram ao continente como “nosso quintal” em diversas ocasiões.

O objetivo central desta nova estratégia é realizar um “reajuste da presença militar global”. A administração Trump avalia que a influência de potências rivais na América Latina — muitas vezes consolidada por laços comerciais — será difícil de reverter apenas com diplomacia, exigindo uma postura de defesa mais assertiva e presente.

Os três pilares da atuação militar na região

Dentro do contexto que gerou o Acordo EUA-Paraguai, o documento de estratégia de segurança delineia três elementos principais para o realinhamento militar na região:

  1. Controle de Rotas e Migração: Uma presença mais robusta da Guarda Costeira e da Marinha para monitorar rotas marítimas, visando conter a migração ilegal, combater o tráfico de pessoas e drogas, além de controlar vias de trânsito essenciais em momentos de crise.

  2. Combate aos Cartéis: O uso de estratégias mais agressivas para proteger a fronteira e derrotar cartéis de drogas. O documento menciona explicitamente a possibilidade de uso de “força letal” quando necessário, criticando as estratégias das últimas décadas baseadas apenas na aplicação da lei civil.

  3. Acesso Estratégico: O estabelecimento ou a ampliação do acesso a locais de importância geográfica e militar, ponto onde o acordo com o Paraguai se encaixa perfeitamente.

Uma correção de rota na política externa

A assinatura do Acordo EUA-Paraguai simboliza o que o governo Trump chama de “correção de conduta” em relação às gestões anteriores. Segundo a nova diretriz, administrações passadas teriam buscado uma dominação global difusa que sobrecarregou os Estados Unidos e permitiu que aliados terceirizassem seus custos de defesa.

Agora, o foco volta-se para ameaças urgentes no próprio hemisfério ocidental. Ao garantir a possibilidade de enviar militares e civis do Departamento de Guerra para o Paraguai sob proteção legal clara, os Estados Unidos dão o primeiro passo prático na implementação desta nova doutrina de segurança regional. Resta saber como os demais países da América do Sul reagirão a este aumento da presença militar americana no coração do continente.

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