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Trump determina bloqueio de petroleiros sancionados ligados à Venezuela

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Medida intensifica pressão militar e econômica sobre o governo de Nicolás Maduro; preços do petróleo reagem com alta nos mercados globais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou nesta terça-feira (16) um bloqueio à Venezuela que atinge todos os petroleiros sancionados que entram e saem do país sul-americano. A medida representa a mais recente escalada de Washington para aumentar a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro, visando diretamente sua principal fonte de receita: a exportação de petróleo.

Em publicação na rede social Truth Social, Trump justificou a ação citando o “roubo de bens” americanos e acusando o regime venezuelano de envolvimento com terrorismo e tráfico de drogas e pessoas. O presidente americano declarou que o governo da Venezuela foi designado como uma “Organização Terrorista Estrangeira”.

“Portanto, hoje, estou ordenando um bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, escreveu Trump. O governo venezuelano reagiu imediatamente, classificando o anúncio como uma “ameaça grotesca”.

Impacto no mercado e reação do petróleo

O anúncio do bloqueio à Venezuela gerou repercussão imediata nos mercados asiáticos. Os preços do petróleo subiram mais de 1% nesta quarta-feira, impulsionados pela possibilidade de redução na oferta global. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 1,2%, alcançando US$ 59,62 o barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) dos EUA teve alta de 1,3%, chegando a US$ 56,00.

Analistas de mercado apontam que a alta reflete a antecipação de uma queda nas exportações venezuelanas. David Goldwyn, ex-diplomata de energia do Departamento de Estado, alertou que, se a OPEP não compensar a capacidade ociosa, o impacto nos preços globais poderá variar entre cinco e oito dólares por barril.

Tensão militar e questões legais

Ainda não está claro como a Casa Branca implementará a medida na prática, nem se a Guarda Costeira será utilizada sistematicamente para interceptações. No entanto, o governo americano já deslocou milhares de soldados, navios de guerra e um porta-aviões para a região.

Especialistas em direito internacional questionam a legalidade da ação. Elena Chachko, da Faculdade de Direito da UC Berkeley, afirmou que bloqueios são tradicionalmente tratados como “instrumentos de guerra” permitidos apenas sob condições rigorosas, o que levanta sérias questões jurídicas.

No cenário político americano, a medida também enfrenta resistência. O deputado democrata Joaquin Castro classificou o bloqueio como “indiscutivelmente um ato de guerra” que não foi autorizado pelo Congresso e que, segundo ele, a população americana não deseja.

Crise nas exportações e “frota paralela”

A pressão americana já vinha surtindo efeito antes mesmo do anúncio oficial do bloqueio. Na semana passada, os EUA apreenderam um petroleiro sujeito a sanções na costa venezuelana, o que fez com que outras embarcações carregadas com milhões de barris permanecessem paradas em águas locais para evitar o mesmo destino.

Desde 2019, quando as sanções energéticas foram impostas, refinadores e comerciantes têm recorrido a uma “frota paralela” para transportar o petróleo venezuelano, muitas vezes disfarçando a localização dos navios. A China continua sendo a maior compradora, com o produto representando cerca de 4% de suas importações.

Além do cerco marítimo, a estatal PDVSA sofreu um ataque cibernético nesta semana que derrubou seus sistemas administrativos, agravando a queda nas exportações.

Ameaça de conflito direto

A retórica de conflito tem se intensificado. Susie Wiles, chefe de gabinete de Trump, declarou em entrevista à Vanity Fair que o presidente “quer continuar explodindo barcos até que Maduro se renda”. Trump também afirmou que ataques terrestres contra a Venezuela poderão começar em breve.

Por sua vez, Maduro alega que a movimentação militar visa derrubá-lo para que os EUA assumam o controle das maiores reservas de petróleo do mundo. “O imperialismo e a direita fascista querem colonizar a Venezuela para se apoderarem de suas riquezas”, disse o líder venezuelano, prometendo defender a soberania do país.

*Com informações da Agência Reuters

Leia mais:
EUA interceptam e confiscam petroleiro na costa Venezuelana

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