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Líder do CV Amazonas ‘Gringo’ é velado com caixão fechado após morrer durante megaoperação no Rio

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Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como ‘Gringo’, foi morto um dia após seu aniversário, durante uma megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha. O corpo foi transladado para a capital amazonense.

O corpo de Francisco Myller Moreira da Cunha, de 32 anos, conhecido como “Gringo” e apontado como o chefe da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no estado, foi velado neste domingo (2), em Manaus. O velório, realizado em caixão fechado, encerra a trajetória de um dos nomes centrais da organização criminosa no Amazonas, cuja morte ocorreu em outra unidade da federação, o Rio de Janeiro. A chegada do corpo e a cerimônia fúnebre foram marcadas por um clima de tensão e atenção redobrada das forças de segurança, refletindo a alta periculosidade do indivíduo e a complexidade de sua posição na hierarquia do crime.

Familiares e associados compareceram à cerimônia. Ao lado do caixão lacrado, foi posicionada uma fotografia de “Gringo” segurando um terço, um detalhe que humaniza a figura controversa, ao mesmo tempo que contrasta com a severidade de seus crimes. A decisão pelo caixão fechado é comum em casos de mortes violentas, como a ocorrida durante o intenso confronto policial que resultou em sua morte.

A morte durante a megaoperação no Rio de Janeiro

A morte de Francisco Myller não foi um evento isolado. Ele foi morto um dia após completar 32 anos, durante uma vasta e complexa megaoperação policial realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, zonas conhecidas por serem bastiões do Comando Vermelho no Rio de Janeiro. A operação, que mobilizou um efetivo significativo das forças de segurança fluminenses, tinha como objetivo principal desarticular a estrutura da facção criminosa, que possui ramificações interestaduais, incluindo uma forte presença no Amazonas.

Relatos indicam que a ação policial resultou em intensos confrontos armados entre os agentes de segurança e membros da facção. Foi nesse cenário de conflito que “Gringo” e outros associados foram mortos. A presença de um líder do CV amazonense no Rio de Janeiro sublinha a interconexão das atividades criminosas entre os estados, frequentemente envolvendo o tráfico de drogas e armas, e a busca por refúgio ou alianças estratégicas em territórios dominados pela mesma facção.

O histórico criminal de ‘Gringo’

Natural de Envira, um município no interior do Amazonas, Francisco Myller Moreira da Cunha já possuía um extenso histórico criminal. Ele estava na condição de foragido da justiça desde abril de 2024, sendo procurado ativamente pelas autoridades amazonenses. A gravidade de seu envolvimento com o crime é evidenciada pela existência de um mandado de prisão condenatório.

O “Gringo” havia sido sentenciado a uma pena robusta de 34 anos e 10 meses de reclusão. As condenações que pesavam contra ele incluíam crimes de extrema gravidade, como homicídio e participação direta em organização criminosa. Sua ascensão ao posto de chefe do CV no Amazonas o colocou no topo da lista de procurados, sendo um alvo prioritário para as estratégias de segurança pública do estado, que busca frear a escalada de violência associada às disputas de facções.

Facção sofre golpe significativo com morte de outros membros

A operação no Rio de Janeiro representou um golpe significativo não apenas pela morte de “Gringo”, mas pela desarticulação de uma parte considerável da cúpula do CV do Amazonas que estava no Sudeste. Segundo informações oficiais, ao todo, nove integrantes do Comando Vermelho oriundos do Amazonas foram mortos durante a ação policial.

Até o momento, além de Francisco Myller, outros cinco mortos foram formalmente identificados pelas autoridades. A lista inclui nomes conhecidos no submundo do crime amazonense: Douglas Conceição de Souza, vulgo “Chico Rato”; Waldemar Ribeiro Saraiva, o “Fantasma”; Cleideson Silva da Cunha, conhecido como “Loirinho”; Hito José Pereira Bastos, o “Dimas”; e Lucas Guedes Marques.

A perda simultânea de múltiplos líderes e operadores logísticos importantes, como os que compunham o grupo de “Gringo”, gera um vácuo de poder imediato. Isso levanta preocupações sobre possíveis retaliações ou uma escalada na violência, tanto no Rio de Janeiro quanto em Manaus, à medida que a facção tenta se reorganizar ou rivais tentam tomar território.

Repercussões e o debate sobre segurança pública

A megaoperação, apesar de resultar na neutralização de alvos de alta prioridade, gerou ampla repercussão nacional. O evento reacendeu debates acalorados entre autoridades, especialistas em segurança e a sociedade civil sobre as estratégias de segurança pública adotadas no combate às facções criminosas no Brasil.

Especialistas destacam a enorme complexidade do enfrentamento a organizações como o Comando Vermelho. Essas facções demonstram uma capacidade notável de resiliência e adaptação, atuando de forma coordenada e simultânea em diversos estados do país. A morte de líderes, embora impactante, raramente significa o fim da organização, que possui estruturas de sucessão rápidas. O desafio de combater o crime organizado exige uma inteligência integrada e cooperação interestadual contínua, visando não apenas as lideranças, como “Gringo”, mas principalmente as fontes de financiamento e logística do crime. A morte de “Gringo” é, portanto, um capítulo importante, mas não o final, na complexa guerra contra o tráfico no Amazonas.

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