Após 25 anos de diálogos, o Mercosul e a União Europeia anunciaram oficialmente um acordo de livre comércio nesta sexta-feira (6), durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu, Uruguai. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destacou a relevância da parceria para os dois blocos, classificando o tratado como uma “vitória para a Europa”.
O acordo encerra décadas de negociações e promete facilitar o comércio, beneficiar consumidores e empresas, além de fortalecer relações políticas e econômicas entre os blocos.
O que é o acordo Mercosul-União Europeia?
O acordo busca reduzir ou eliminar tarifas comerciais entre os blocos, promovendo um ambiente de cooperação econômica. Os principais temas incluem:
- Livre-comércio: Redução de tarifas de importação e exportação.
- Normas sanitárias e fitossanitárias: Controle rigoroso para saúde e segurança alimentar.
- Direitos de propriedade intelectual: Proteção aos avanços tecnológicos e culturais.
- Compras governamentais: Abertura para que empresas dos blocos participem de licitações públicas.
- Sustentabilidade ambiental: Compromissos relacionados à preservação ambiental.
O acordo inicial foi assinado em 2019, mas enfrentou atrasos devido a preocupações ambientais e pressões de agricultores europeus contrários à concorrência com produtos sul-americanos.
Impactos econômicos para o Brasil
Estudos indicam que o Brasil será o maior beneficiado no Mercosul, com expectativa de:
- Aumento do PIB: Crescimento acumulado de 0,46% até 2040.
- Maior competitividade: Redução de tarifas nos mercados europeus.
- Exportações em alta: Ganho potencial de US$ 11,6 bilhões no período.
Apesar dos benefícios, o setor industrial brasileiro enfrenta desafios com a concorrência europeia em produtos manufaturados. Para o agro, o acesso a um mercado exigente como a Europa pode representar uma oportunidade única.
Desafios para aprovação
O texto ainda precisa passar por etapas, como:
- Revisão jurídica e tradução oficial para 25 idiomas.
- Aprovação pelos parlamentos nacionais do Mercosul e da União Europeia.
- Votação pelo Conselho da União Europeia e Parlamento Europeu.
Na União Europeia, a resistência de países como a França, que alega preocupações ambientais e concorrência desleal no setor agrícola, pode dificultar a ratificação. No Brasil, o governo aposta no potencial de atração de investimentos e no fortalecimento das exportações para impulsionar a aprovação.
*Com informações do G1
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