O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivo Urbano e Rodoviários de Manaus entrará em greve geral na próxima quarta-feira (17). De acordo com o sindicato, não houve consenso com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) para o reajuste salarial de 12% para os trabalhadores do setor.
Em assembleia geral, o sindicato dos rodoviários declarou greve por unanimidade. O prazo dado pela classe para receber uma resposta do Sinetram é até terça-feira (16), caso não cheguem a um acordo, a categoria afirma que vai parar.
“O mês de abril notificamos todos os órgãos competentes sobre o dissídio coletivo da nossa categoria, nem uma resposta foi dada, a greve é nosso último recurso, não é oque queremos, mas se não tiver outra alternativa, os trabalhadores decidiram parar o transporte coletivo na próxima quarta-feira dia 17/05. Como falei, tentamos resolver de forma harmoniosa, mas não tivemos sucesso, agora não tem mas jeito, a assembleia foi feita, e os trabalhadores estão decididos em parar e buscar oque é seu por direito “ disse Givancir Oliveira, presidente do sindicato dos trabalhadores rodoviários de Manaus.
Patrão e empregado
De acordo com o prefeito David Almeida, a greve é um “problema de patrão e empregado. Toda vez a prefeitura tem que entrar para resolver e é um problema que vem se avolumando. Virou uma bola de neve. Para que o transporte coletivo se pague, a tarifa [para o usuário] seria de R$ 7,52. Nós pagamos para manter o sistema com R$ 7,52 [R$ 3,72 são subsidiados pela prefeitura]. Sendo que hoje nenhum aluno paga passagem da rede municipal e da rede estadual”.
A prefeitura diz que o valor pago para subsidiar os sistemas de transporte coletivo na capital é de cerca de R$ 400 milhões de reais ao ano. O valor é o segundo maior dentre as capitais brasileiras. Segundo David, “a única cidade do país que não aumentou a tarifa de ônibus nos últimos sete anos foi a cidade de Manaus”. A passagem de ônibus na capital custa R$ 3,80.
“Todas as cidades do Brasil aumentaram a passagem, eu fui fazer um levantamento e em 2017 o diesel era R$ 2,64, já chegou a R$ 7. O salário que antes era mil e pouco hoje está em três mil. A inflação desse período chegou (a um aumento de) 68%. Não tem como manter. Eles que encontrem um caminho e tragam uma proposta pra gente avaliar”, declarou o prefeito.
O diretor-presidente do Instituto de Mobilidade Urbana, Paulo Henrique Martins, convocará uma reunião, antes do dia 17, com os sindicatos dos trabalhadores para mediar as negociações e, posteriormente, com o prefeito David Almeida, para determinar quais medidas serão tomadas para que os usuários do transporte coletivo não sejam prejudicados.