Os petroleiros em greve realizaram um protesto no aeroporto de Manaus nesta quarta-feira (17), impedindo o embarque de trabalhadores com destino a Urucu.
Trabalhadores que deveriam embarcar para a Província Petrolífera de Urucu, localizada no município de Coari, realizaram um ato no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, e recusaram-se a seguir viagem. A mobilização integra o movimento nacional da categoria contra a atual proposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
De acordo com o Sindicato dos Petroleiros da Amazônia (Sindipetro Amazônia), a adesão foi total entre os profissionais de operação e manutenção que estavam escalados para o turno desta quarta-feira na região de Urucu. A província é estratégica para a estatal, sendo considerada a maior reserva terrestre provada de petróleo e gás natural do Brasil.
Após a manifestação no saguão do aeroporto, o grupo de grevistas deslocou-se para a sede administrativa da Petrobras em Manaus, situada na Avenida Darcy Vargas, bairro Parque 10, com o objetivo de dar continuidade aos protestos.
Impasse nas reivindicações dos petroleiros em greve
A paralisação nacional teve início na segunda-feira (15), afetando inicialmente plataformas e refinarias no Sul e Sudeste, e agora se consolida na região Norte. O movimento, que é por tempo indeterminado, ocorre após semanas de assembleias e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa.
Bruno Terribas, representante do Sindipetro Amazônia, confirmou o alinhamento dos trabalhadores locais com a pauta nacional. “Os trabalhadores e as trabalhadoras da província petrolífera de Urucu iniciaram, junto com toda a categoria petroleira em nível nacional, uma greve geral por tempo indeterminado em defesa de um acordo coletivo de trabalho que valorize a produtividade apresentada no último período”, afirmou.
Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a negociação travou em três pontos fundamentais que motivam a greve dos petroleiros:
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Fim dos equacionamentos da Petros: A categoria exige o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs), que geram descontos extras nos salários de ativos, aposentados e pensionistas para cobrir rombos no fundo de previdência.
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Plano de cargos e salários: Os trabalhadores pedem aprimoramentos no plano de carreira e blindagem contra mecanismos de ajuste fiscal.
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Modelo de negócios: Os sindicatos buscam barrar terceirizações e parcerias que, segundo eles, precarizam o trabalho e sinalizam uma possível privatização.
Impactos operacionais e posição da Petrobras
O sindicato alerta que, caso a greve persista, a Petrobras poderá enfrentar logística complexa para realizar o revezamento das equipes essenciais que mantêm a operação na base de Urucu.
Em nota oficial, a Petrobras informou que monitora as manifestações desde o início da semana e garantiu que, até o momento, não houve impacto na produção. A estatal afirmou que o abastecimento ao mercado segue normalizado e que equipes de contingência foram acionadas onde houve necessidade. A companhia reiterou que respeita o direito de greve e que permanece aberta ao diálogo com as entidades sindicais.
A FUP, por sua vez, sustenta que a categoria busca dignidade e “uma justa distribuição da riqueza gerada”, lutando por um acordo que recupere direitos e garanta condições decentes de trabalho.
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