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Estudo revela presença de agrotóxicos em biscoitos de maisena, bolinhos recheados e alimentos ‘plant based’

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Biscoitos de maisena, bolinhos recheados e alimentos ‘plant based’ fazem parte dos 12 alimentos que possuem resíduos de agrotóxicos em sua composição. Isso é o que revela a pesquisa “Tem Veneno Nesse Pacote“, realizada pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec). Esse estudo, que está em sua terceira edição, tem como objetivo identificar a  presença de resíduos de agrotóxicos em produtos ultraprocessados.

O que mais chama atenção neste volume, é que, hambúrgueres e empanados à base de plantas, plant-based, também entraram na lista de contaminados. Outros alimentos analisados foram: macarrão instantâneo, presunto cozido e produtos com apelo infantil, como bolinhos prontos, bebidas lácteas e petit suisse. 

12 dos 24 produtos apresentaram resíduos de agrotóxicos

Metade dos produtos apresentaram resíduos de agrotóxicos, em especial o glifosato – o glifosato é considerado como “provavelmente carcinogênico ou capaz de causar câncer”,  de acordo com a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS). A única categoria que não apresentou contaminação foram os petit suisse.

Os que indicaram maiores índices de pesticidas foram:

1º Biscoito maisena – marca Marilan e marca Triunfo;

2º Hambúrguer à base de plantas Sadia; Empanado à base de plantas Seara; Macarrão instantâneo Nissin e Renata, e bolo pronto sabor chocolate Ana Maria;

3º Empanado à base de plantas Sadia.

No entanto, a pesquisa ressalta ainda que, mesmo que o produto esteja ‘livre’ de resíduos, isso não significa que ele não é um alimento contaminado, pois tudo pode depender do lote. Para testar a hipótese, o Instituto repetiu os testes em uma categoria que já havia
sido analisada na edição anterior – uma bebida láctea sabor chocolate, da marca Pirakids, e desta vez ele apresentou resultados positivos ao agrotóxico.

Consumo de ultraprocessados aumentou 5,5% na última década no país

Produtos alimentícios ultraprocessados são aqueles que passam por diversas técnicas de processamento. Além disso, possuem muitos ingredientes em sua composição, altas quantidades de sal, açúcar e gorduras, sem contar com os aditivos alimentares e substâncias de uso culinário raro.

A Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), realizou pesquisa em 2023, a qual mostrou que,  nos últimos dez anos, o consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros teve aumento médio de 5,5%.

O estudo apontou ainda que pessoas do sexo feminino, adolescentes, pessoas brancas, com maior renda e escolaridade e moradores de áreas urbanas e das regiões Sul e Sudeste são as que mais consomem ultraprocessados. Outro dado mostrou que cerca de 20% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm de ultraprocessados.

Malefícios do consumo de ultraprocessados 

O consumo frequente de alimentos ultraprocessados tem sido associado a uma série de malefícios para a saúde. Esses produtos são ricos em aditivos químicos, açúcares, gorduras saturadas e sal e isso pode aumentar os riscos de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e obesidade.

Além disso, o consumo excessivo desses alimentos está ligado a desequilíbrios metabólicos e deficiências nutricionais, o que pode afetar negativamente o bem-estar geral e a qualidade de vida.

Risco de obesidade é 45% maior entre adolescentes cuja dieta é baseada em ultraprocessados

Em nota, a Anvisa afirmou que alimentos industrializados não recebem aplicação direta de agrotóxicos no campo, mas podem conter resíduos decorrentes da matéria-prima utilizada, sendo assim aplicado o Limite Máximo de Resíduo.

“O chamado LMR (Limite Máximo de Resíduo) define a quantidade permitida de agrotóxicos nos produtos de origem vegetal que compõem os industrializados e é baseado nas boas práticas agrícolas, não extrapolando os parâmetros de segurança à saúde”, disse a agência.

Em 2023 foi aprovada nova lei dos agrotóxicos

Cabe ressaltar ainda que, em 2023, foi aprovada nova Lei dos Agrotóxicos que encurta prazos e modifica regras para aprovação e comercialização de agrotóxicos. Com a nova lei, deixa de ser expressamente proibido o registro de produtos com substâncias consideradas cancerígenas ou que induzam deformações, mutações e distúrbios hormonais, entre outro

Na quinta (9)o Congresso Nacional derrubou parte do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  Agora, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) fica como responsável exclusivo pelo registro e fiscalização dos agrotóxicos em casos de reanálises de produtos, excluindo dessa análise órgãos como Ibama e Anvisa.

De acordo com organizações, essa mudança é “uma ameaça à saúde pública e ao meio ambiente, uma vez que retira o rigor técnico desses órgãos especializados na avaliação dos impactos ambientais e de saúde. O Brasil, já conhecido como o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, pode potencializar esse ranking a partir das consequências dessa flexibilização”, ressaltam.

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