Influenciador analisa cenário político em entrevista, critica dependência do ex-presidente e comenta polêmicas da eleição municipal de 2024, atribuindo erro de laudo falso a ex-advogado.
Em uma análise contundente sobre o futuro político do Brasil, o influenciador e ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, declarou em entrevista recente à Folha de S.Paulo que a direita brasileira se tornou “refém” do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com o olhar voltado para as eleições presidenciais de 2026, Marçal defendeu a necessidade de um candidato outsider — alguém de fora do sistema político tradicional — argumentando que os nomes atualmente postos à mesa não são suficientes para representar uma verdadeira mudança.
A conversa, que repercutiu fortemente nos bastidores de Brasília, trouxe não apenas projeções futuras, mas também um balanço crítico sobre a “guerra” eleitoral vivida em 2024 e a influência predominante de interesses financeiros e do “centrão” nas decisões nacionais.
Crítica à dependência da direita e o fator Bolsonaro
Para Pablo Marçal, o cenário conservador no Brasil enfrenta um impasse estrutural. Embora reconheça o papel de Jair Bolsonaro na consolidação da direita, o influenciador avalia que a lealdade irrestrita ao ex-presidente limita o surgimento de novas lideranças. Segundo ele, Bolsonaro precisou ceder e negociar com o centrão para gerir seus processos judiciais e garantir sua sobrevivência política, o que teria impedido um apoio direto a outras candidaturas, inclusive a do próprio Marçal no pleito passado.
Marçal argumentou que Tarcísio de Freitas, atual governador de São Paulo e frequentemente citado como sucessor natural do bolsonarismo, ainda carece de força própria, dependendo excessivamente da “bênção” do ex-capitão para viabilizar qualquer projeto nacional. Essa dinâmica, na visão do influenciador, cria um ciclo vicioso onde a política é feita com base em “o menos pior” em vez de propostas construtivas e inovadoras.
Ao abordar a figura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marçal manteve seu tom crítico. Reconheceu o petista como o político mais influente da história do país, mas classificou seu atual mandato como a “maior decepção de todos os tempos”, sugerindo um esgotamento do modelo político vigente.
O ‘outsider’ e a renovação política para 2026
A principal tese defendida por Pablo Marçal para o próximo ciclo eleitoral é a de que o eleitorado anseia por algo novo. Ele afirmou categoricamente que “nenhum dos nomes atuais” o agrada, reforçando a ideia de que o Brasil precisa de uma liderança que não esteja atada às velhas práticas de negociação de cargos e verbas.
Nesse contexto, citou o deputado federal Nikolas Ferreira como um exemplo de potencial nova liderança, mas fez ressalvas importantes sobre a necessidade de maturidade e “presença de comando” para assumir responsabilidades maiores no Executivo.
Sobre suas próprias ambições, o empresário adotou um tom de cautela. Afirmou estar, neste momento, “desconectado” de uma candidatura presidencial para 2026, focando em seus negócios privados. No entanto, deixou a porta aberta ao dizer que não descartaria a possibilidade caso sinta um “chamado” genuíno, reiterando que sua motivação não seria política, mas principiológica.
As polêmicas de 2024: o laudo e a ‘guerra’ eleitoral
Um dos pontos mais sensíveis da entrevista foi a retrospectiva sobre as eleições municipais de São Paulo em 2024. Marçal descreveu o período como uma “loucura” e uma verdadeira batalha campal. O influenciador abordou diretamente o episódio do laudo médico falsificado divulgado contra seu então adversário, Guilherme Boulos, às vésperas da votação.
Pela primeira vez de forma tão explícita, Pablo Marçal atribuiu a responsabilidade da publicação ao seu advogado na época, Tassio Renam Botelho. O influenciador alegou que não teve acesso ao documento antes de sua divulgação, justificando que suas redes sociais haviam sido derrubadas pela Justiça naquele momento crítico. Segundo sua versão, ele jamais teria autorizado a postagem se soubesse da falsidade do documento, tentando assim se distanciar de um dos episódios mais controversos da campanha.
O poder do dinheiro e o desejo de pacificação
Ao analisar a estrutura de poder no Brasil, Marçal foi enfático ao criticar a predominância de interesses financeiros sobre ideologias ou projetos de país. Para ele, “os caras que pregam dinheiro” possuem hoje mais influência do que aqueles que defendem princípios éticos e morais. Ele apontou o dedo para o sistema de coalizão, onde o centrão exerce um poder desproporcional, muitas vezes ditando os rumos da nação à revelia das urnas.
Finalizando sua análise, o influenciador fez um apelo por menos turbulência. “O Brasil precisa parar com o auê”, disse Marçal, sugerindo que o caminho para o desenvolvimento passa necessariamente pela pacificação nacional e pelo fim da polarização destrutiva que, segundo ele, apenas alimenta os extremos e paralisa a economia.
A entrevista à Folha marca um reposicionamento de Pablo Marçal no tabuleiro político: alguém que, mesmo fora de cargos eletivos, busca manter sua influência e ditar os rumos do debate sobre a renovação da direita brasileira.
*Com informações: Folha de São Paulo
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