O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite desta quinta-feira (27/11) uma mudança drástica na política de imigração do país. Em comunicado, o republicano declarou planos para “pausar permanentemente” a entrada de cidadãos originários do que ele classificou como “países do terceiro mundo”. A declaração ocorre um dia após um ataque a tiros em Washington, D.C., que resultou na morte de um membro da Guarda Nacional e deixou outro gravemente ferido.
Utilizando um termo considerado desatualizado para se referir a nações em desenvolvimento, Trump justificou a medida nas redes sociais: “Eu pausarei permanentemente a imigração de todos os países do terceiro mundo para permitir que o sistema americano se recupere totalmente”. A publicação, finalizada com votos de feliz Dia de Ação de Graças, sinaliza uma escalada nas políticas de seu segundo mandato, já marcado por campanhas de deportação.
Revisão de vistos e “Migração Reversa”
Além do bloqueio, o presidente ameaçou revogar “milhões” de vistos concedidos durante a administração de seu antecessor, Joe Biden. Trump afirmou que o objetivo é “remover qualquer pessoa que não seja um ativo líquido para os Estados Unidos” e cortar subsídios federais para não cidadãos. Segundo ele, a meta é desnaturalizar migrantes que representem risco à segurança ou sejam considerados “incompatíveis com a civilização ocidental”.
“Somente a MIGRAÇÃO REVERSA pode resolver completamente essa situação”, enfatizou o presidente, indicando que perseguirá uma redução significativa do que chamou de “populações ilegais e problemáticas”.
Como reflexo imediato, Joseph Edlow, diretor do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS), anunciou a revisão do status imigratório de residentes permanentes e portadores de “green card” de 19 países. A lista inclui nações como Afeganistão, Cuba, Haiti, Venezuela, Irã e Mianmar. O processamento de pedidos vindos do Afeganistão foi suspenso imediatamente.
O ataque à Guarda Nacional
O endurecimento das regras é uma resposta direta ao incidente ocorrido na quarta-feira, descrito pelas autoridades como uma “emboscada”. Um atirador abriu fogo com um revólver calibre .357 contra membros da Guarda Nacional que patrulhavam as proximidades da Casa Branca.
O ataque vitimou fatalmente Sarah Beckstrom, de 20 anos, integrante da Guarda Nacional da Virgínia Ocidental. O outro soldado ferido, Andrew Wolfe, de 24 anos, segue “lutando pela vida” em estado crítico, segundo atualização do presidente.
Trump vinculou o episódio à sua decisão de enviar centenas de soldados para cidades governadas por democratas, parte de seu plano de combate ao crime. “Talvez esse homem estivesse chateado porque não conseguia cometer crimes”, sugeriu o presidente.
Perfil do suspeito e controvérsia sobre vetting
O suspeito do ataque, também em estado crítico após o confronto, foi identificado como Rahmanullah Lakanwal, um afegão de 29 anos. A procuradora dos EUA para o Distrito de Columbia, Jeanine Pirro, informou que Lakanwal residia no estado de Washington e dirigiu através do país para realizar o ataque na capital. O FBI trata o caso como terrorismo.
O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou que o suspeito integrava uma unidade de comandos que lutou contra o Talibã ao lado das forças americanas e chegou aos EUA em 2021, durante a retirada militar do Afeganistão.
A cúpula de segurança do governo Trump, incluindo chefes do FBI e do Departamento de Segurança Interna, alega que Lakanwal entrou no país sem supervisão adequada devido às políticas de asilo do governo Biden.
Contudo, a ONG AfghanEvac, que auxilia no assentamento de refugiados, contestou essa versão. O grupo afirmou que Lakanwal solicitou asilo sob Biden, mas sua aprovação ocorreu já durante o mandato de Trump, após passar por “alguns dos processos de verificação de segurança mais rigorosos do mundo”. Shawn VanDiver, presidente da organização, alertou que o ato isolado não deve ser usado para “menosprezar toda uma comunidade”.
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