Nove membros do Partido Democrata dos Estados Unidos apresentaram ao Senado, na quarta-feira (1) americano uma resolução pedindo que o presidente Joe Biden examine pedidos de extradição do ex-presidente Bolsonaro.
O teor do texto, liderado pelo senador Bob Menendez, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa, busca responsabilizar o ex-presidente do Brasil pela motivação que causou os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
“Condenamos o cerco violento ao Palácio do Planalto, ao Congresso e à Suprema Corte do Brasil conduzido por apoiadores do ex-presidente, evento que foi alimentado, em parte, por desinformação disseminada durante vários meses por Bolsonaro”, diz um trecho.
Além de Menendez, um dos senadores mais influentes no Congresso dos EUA, e de Bernie Sanders, assinam a resolução Tim Kaine, Dick Durbin, Chris Murphy, Jeanne Shaheen, Jeff Merkley, Ben Cardin e Chris Van Hollen.
“O ataque recente aos símbolos do governo democrático do Brasil configura um ataque à democracia global”, disse o senador Durbin. “É uma vergonha que Bolsonaro estivesse nos EUA tirando selfies durante esse episódio deplorável. Propus essa legislação para garantir que autoridades que sabotam eleições livres e justas não possam fugir para os EUA para escapar de responsabilização”, continuou.
No material, os congressistas exortam plataformas digitais e aplicativos de mensagem a adotarem medidas concretas para combater a desinformação que prolifera no Brasil e a trabalhar com autoridades brasileiras para compreender o possível papel que desempenharam para facilitar e ampliar os atos violentos de 8 de janeiro.
Visto de turista
Bolsonaro está nos EUA desde o fim de dezembro e, segundo seus advogados, pediu um visto de turista para permanecer mais tempo no país. A modalidade dá direito a seis meses em solo americano.
O ex-presidente é alvo de diferentes ações que pedem sua inelegibilidade por abuso de poder e é investigado por incitação aos ataques golpistas. O governo brasileiro pode pedir a extradição de Bolsonaro a depender das conclusões dessa e de outras investigações.
Em seu primeiro evento público desde que deixou o Brasil e foi para os EUA, na terça (31) Bolsonaro afirmou que o governo Lula “não vai durar muito tempo” e disse que houve injustiça nos processos dos ataques golpistas em Brasília.
Lula nos EUA
Lula se reúne no próximo dia 10 com Biden na Casa Branca. O petista também deve se encontrar com o senador Bernie Sanders, outro dos signatários do texto. Um dos temas na agenda é justamente a regulação das plataformas digitais, além do extremismo de direita e da defesa da democracia.
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