Na terça-feira (14), a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) recebeu uma comitiva de sete deputados da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) para tratar sobre o estado precário de infraestrutura da BR 174 (Manaus – Boa Vista). Os deputados pedem pelo apoio dos parlamentares amazonenses na solução da manutenção da estrada.
De acordo com o presidente da Comissão de Viação, Transporte e Obras da ALE-RR, deputado Renato Silva (Pros), o funcionamento da BR -174 é uma questão de sobrevivência.
A falta de trafegabilidade entre os dois estados impacta economicamente no abastecimento de produtos de primeira necessidade como transporte de grãos; frutas e o gás que abastece as indústrias de Roraima, assim como os pacientes do estado vizinho que se deslocam até Manaus para o tratamento contra o câncer.
“É a única estrada que dá acesso ao restante do país. Se esta estrada ficar intrafegável em 48 horas, o estado de Roraima não terá mais energia. Sabemos que a responsabilidade é do Governo Federal, mas não impede que os estados façam convênio entre si. Pedimos o apoio da Assembleia do Amazonas para intervir e nos apoiar na solução desse problema”, pediu Renato Silva, ressaltando que a responsabilidade pela manutenção da estrada é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT).
Além do deputado Renato Silva, a comitiva da Ale-RR é composta pelos deputados Ângela Portella (PP), Catarina guerra (UB), Joilma Teodoro (Podemos), Neto Loureiro (PMB), Armando Neto (PL) e Doutor Cláudio Cirurgião (UB).
Apoio
O presidente da Aleam, Roberto Cidade (UB), disse que irá apresentar requerimentos ao DNIT e propor uma audiência pública, além de “apoiar as demais iniciativas que possam contribuir para a melhoria da trafegabilidade”.
“Essa junção de esforços só tem a contribuir com esse pleito que é de todos nós, tanto do Amazonas quanto de Roraima”, afirmou Cidade.
O deputado amazonense Adjuto Afonso (UB) diz ser importante que os estados unam forças para recuperar a rodovia. “Acho importante que as duas bancadas federais, tanto do Amazonas como de Roraima, de juntar forças para que a estrada fosse recuperada. Acho que o DNIT é muito omisso para resolver essas coisas, então é hora para nós acelerarmos essa solução. Contem com o nosso apoio, é nosso dever e nossa preocupação”, destacou.
A deputada Alessandra Campêlo (PSC) considerou lamentável a situação de isolamento que o Amazonas e Roraima vivem. “Roraima só consegue chegar ao Amazonas pela BR-174 e quando chega aqui continuamos ilhados, porque a BR-319 continua intrafegável”, disse. Segundo ela, os estados são “ilhas”, o que afeta diretamente a economia.
Alessandra sugeriu a criação de uma Comissão das duas Assembleias para que “possamos ir até nossas bancadas federais e que seja solicitado ao DNIT um relatório que explique o que foi feito nos últimos anos com os recursos federais que recebe para atuar nessas estradas”, disse a parlamentar.
Tapa-buracos não é suficiente
Em pronunciamento, na terça-feira (14), o deputado estadual Abdala Fraxe (Avante) destacou que medidas paliativas na BR-174, como tapa-buracos, não são suficientes para sanar os problemas estruturais da rodovia. O parlamentar cobrou do Governo Federal ações urgentes e definitivas para o caso.
Em fevereiro, Fraxe encaminhou um requerimento ao DNIT-AM cobrando providências para a rodovia, especialmente para o trecho da reserva Waimiri-Atroari.Segundo o deputado, em resposta ao requerimento, o DNIT informou que uma empresa foi contratada para execução de tapa-buracos.
“Não é isso que os amazonenses, os roraimenses, o setor comercial, empresarial e produtivo desses dois estados querem. Nós queremos uma solução definitiva. A gente não pode permitir que as mazelas que já temos no nosso país em relação às distâncias sejam aumentadas. O DNIT tem sido ineficaz com a Região Norte, com o Amazonas e com Roraima e essa situação precisa mudar”, enfatizou.