A megaoperação no Rio de Janeiro, realizada desde as primeiras horas desta terça-feira (28), deixou pelo menos 64 mortos e mais de 100 presos nas comunidades da Penha e do Alemão, na zona norte da capital fluminense. A ação, considerada uma das maiores dos últimos anos, tem como objetivo combater o crime organizado e desarticular a expansão territorial do Comando Vermelho (CV).
Entre as vítimas fatais estão dois policiais civis e dois militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conforme confirmou o Palácio da Guanabara. A Polícia Militar do Rio de Janeiro colocou toda a tropa em prontidão — inclusive servidores do setor administrativo foram convocados a se apresentar nos quartéis.
Mortes, prisões e apreensões em megaoperação no Rio
De acordo com as forças de segurança, mais de 100 pessoas foram presas, muitas delas integrantes de facções criminosas vindas do Pará, que estavam escondidas no estado. A polícia apreendeu 75 fuzis, pistolas e granadas, além de diversos veículos e equipamentos utilizados pelos criminosos.
A operação mobilizou centenas de agentes da Polícia Militar e da Polícia Civil, com apoio aéreo e terrestre, incluindo helicópteros, veículos blindados e drones. O foco é conter o avanço das organizações criminosas sobre os complexos da Penha e do Alemão, considerados redutos estratégicos do tráfico na capital.
Caos urbano e confronto generalizado
A reação dos criminosos provocou um efeito em cadeia em toda a cidade. Diversas ruas das zonas Norte, Oeste e Sudoeste foram interditadas com barricadas e incêndios em represália às ações policiais. Entre os locais bloqueados estão vias próximas aos complexos da Penha, do Alemão, do Chapadão e de São Francisco Xavier, além de trechos da Freguesia e da Taquara.
Na região metropolitana, trechos da BR-101 em São Gonçalo também foram tomados por barricadas, dificultando o tráfego. Criminosos atearam fogo em vias estratégicas, como a Grajaú–Jacarepaguá, uma das principais ligações entre as zonas Norte e Sul.
Moradores relataram pânico, tiroteios intensos e o uso de drones por criminosos, que lançaram explosivos sobre as forças policiais. O policiamento foi reforçado em toda a cidade para evitar novos ataques.
Impactos na mobilidade e nos serviços públicos
Os confrontos afetaram gravemente o transporte público. A concessionária Rio Ônibus informou que mais de 120 linhas precisaram alterar seus itinerários devido aos bloqueios e à insegurança nas principais vias.
No setor educacional, cerca de 50 escolas suspenderam as aulas nesta terça-feira, e universidades públicas e privadas também anunciaram interrupções de atividades presenciais. A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Faetec de Quintino decidiram suspender temporariamente as atividades acadêmicas.
Criminosos rendem motorista e bloqueiam vias
Durante os confrontos, criminosos renderam um motorista de ônibus da linha 409, na Rua do Riachuelo, no bairro da Lapa, e o obrigaram a atravessar o veículo na pista, bloqueando a via. A ação foi registrada por equipes da Agência Brasil.
Os episódios de violência demonstram o grau de organização das facções criminosas e o desafio das forças de segurança em retomar o controle territorial em áreas dominadas por grupos armados.
Contexto e repercussão
O governo do Rio de Janeiro classificou a megaoperação como parte de uma estratégia de longo prazo para enfraquecer o Comando Vermelho e reduzir o poder de fogo das facções. Apesar dos resultados expressivos em prisões e apreensões, a operação também expõe a complexidade do enfrentamento ao crime organizado em áreas densamente povoadas e com pouca presença estatal.
A Secretaria de Segurança Pública afirmou que novas ações integradas deverão ocorrer nas próximas semanas em diferentes regiões da cidade e da Baixada Fluminense.
* Com informações da Agência Brasil.
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