Um caso de importunação sexual em Manacapuru (a 68 quilômetros de Manaus) resultou na prisão em flagrante de um professor de 57 anos nesta quinta-feira (13/11). O educador é acusado de assediar repetidamente uma aluna de 16 anos dentro da própria unidade de ensino. A ação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) foi deflagrada após o pai da adolescente procurar a delegacia para formalizar a denúncia.
Segundo as autoridades, o professor foi preso por importunar a vítima no corredor da escola, cobrando um encontro na frente de outros alunos, o que gerou profundo constrangimento para a adolescente.
Aluna era abordada no refeitório
Em coletiva de imprensa, a delegada Joyce Coelho, titular da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Manacapuru, detalhou que a conduta do professor não foi um ato isolado. O assédio já vinha ocorrendo dias antes.
“Na terça-feira (11/11), o mesmo professor já havia assediado a aluna, no momento em que ela estava no refeitório, convidando-a para ‘gazetar’ aula e ir a um encontro de cunho amoroso”, relatou Joyce Coelho.
A delegada acrescentou que, segundo os relatos, o suspeito “ainda a perseguia nos corredores e pedia para ela guardar segredo e não contar a ninguém”.
O estopim para a denúncia ocorreu na quinta-feira, com a nova abordagem pública. Ao retornar para casa, a adolescente relatou o fato ao pai, que, de imediato, buscou as autoridades policiais.
Investigação rápida e uso de imagens
A autoridade policial destacou a rapidez das diligências, dada a gravidade da conduta de importunação sexual contra uma menor de idade, de forma reiterada e em público. A investigação se baseou não apenas nos depoimentos, mas em provas materiais.
“Analisamos as imagens e verificamos que, tanto nas imagens de terça-feira no refeitório, quanto nas imagens de ontem [quinta], de fato o professor abordou a aluna de forma inoportuna”, detalhou a delegada.
Com a materialidade confirmada pelos vídeos e o depoimento da vítima, “a equipe policial foi ao local e o conduziu à delegacia, e após ouvir a vítima e confirmar pelas imagens as abordagens indevidas, realizamos o flagrante”.
“Tolerância Zero”: Seduc e Polícia Civil reforçam combate ao assédio
O caso gerou forte reação institucional. O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), elogiou a pronta resposta da equipe de Manacapuru e o apoio fundamental da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc).
Mavignier foi enfático sobre a postura das instituições diante de casos como este.
“Destaco que a Polícia Civil e a Secretaria de Educação não toleramos isso e nós precisamos expor isso para as pessoas, para que crie uma cultura de denúncia, para que isso não seja encoberto, não seja passado pano e que não seja tratado como fato de menor importância; nós precisamos ser intolerantes com esse tipo de postura”, afirmou.
A secretária de Estado de Educação, Arlete Mendonça, reiterou que a pasta não tolera nenhum tipo de assédio moral ou sexual contra estudantes ou servidores.
“Nenhuma forma de negligência é tolerada dentro da Secretaria de Educação do Estado. Caso haja algum caso nesse sentido, todas as providências serão tomadas imediatamente, porque nós precisamos zelar pelo bem-estar dos nossos estudantes”, afirmou a secretária.
Protocolos de denúncia e o futuro do acusado
A Seduc informou que possui um procedimento operacional padrão (POP) que orienta todos os diretores, da capital e do interior, a informar imediatamente qualquer suspeita de crime ao Núcleo de Inteligência em Segurança Escolar (Nise).
A coordenadora do Nise, Ionariellen Santos, salientou que o núcleo está à disposição para apurar todas as denúncias. “Caso seja constatada a veracidade, vamos fazer a apuração e o imediato afastamento desse servidor”, relatou.
O professor de 57 anos, preso em flagrante, passará por audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário para responder pelo crime de importunação sexual.
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