Intacta 5+ promete maior tolerância a herbicidas e proteção contra pragas na safra 2027/28
A semente de soja Intacta 5+, nova aposta da multinacional alemã Bayer, pode transformar o futuro da produção da oleaginosa no Brasil. A empresa anunciou nesta quarta-feira que iniciará a comercialização da tecnologia nos próximos anos, com previsão de disponibilização para a safra 2027/28, dependendo das aprovações regulatórias no país e no exterior. O Brasil, maior produtor e exportador mundial de soja, é hoje uma das principais bases de desenvolvimento e expansão das biotecnologias agrícolas da companhia.
O novo conjunto de sementes geneticamente modificadas foi anunciado como parte da estratégia da Bayer para reforçar o uso de biotecnologia no campo. Segundo a empresa, a tecnologia Intacta 5+ marca um avanço significativo em relação às gerações anteriores, ampliando o potencial produtivo das lavouras brasileiras e oferecendo mais ferramentas de manejo aos agricultores.
Semente de soja recebe tolerância a cinco herbicidas e proteção contra lagartas
A empresa destacou que a Intacta 5+ é a primeira semente de soja desenvolvida no Brasil com tolerância simultânea a cinco herbicidas: mesotriona, dicamba, glifosato, glufosinato e 2,4-D. Essa combinação, segundo a Bayer, amplia as alternativas de manejo de plantas daninhas, especialmente em áreas com alto índice de resistência ou escape químico.
Além disso, a tecnologia oferece proteção contra importantes lagartas que afetam a produtividade das lavouras, reduzindo perdas e gastos com aplicações de defensivos. De acordo com a Bayer, o desenvolvimento da semente se baseia em pesquisas destinadas a atender demandas crescentes do mercado, que exige maior eficiência no controle de pragas e flexibilidade no uso de herbicidas.
A nova biotecnologia faz parte da linha Intacta, já consolidada entre os agricultores brasileiros. Estudos citados pela companhia mostram que, nos últimos 10 anos, a tecnologia contribuiu para acrescentar 21,2 milhões de toneladas métricas à produção nacional de soja, segundo levantamento da consultoria Agroconsult.
Brasil é destaque mundial no uso de biotecnologia agrícola
O anúncio ocorre em um cenário no qual o Brasil segue ampliando o uso de sementes geneticamente modificadas. De acordo com relatório do Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado em novembro de 2024, o país permanece como o segundo maior produtor mundial de culturas biotecnológicas, atrás apenas dos Estados Unidos.
O documento aponta que, para a safra 2024/2025, o Brasil deverá semear 68,5 milhões de hectares com características geneticamente modificadas. As taxas de adoção de sementes de soja e algodão alcançam 99%, enquanto o milho registra índice de 95%. O ritmo de expansão é considerado um dos fatores decisivos para o crescimento da produtividade agrícola brasileira nas últimas décadas.
Para a Bayer, o lançamento da Intacta 5+ reforça essa tendência. Marcio Santos, CEO da divisão de culturas agrícolas da Bayer no Brasil, afirmou que a nova tecnologia representa “um importante avanço genético que ajudará os agricultores a enfrentar os desafios agrícolas atuais e futuros”.
Semente de soja como elemento estratégico para produtividade e sustentabilidade
Com mercados cada vez mais competitivos e exigentes, a semente de soja tornou-se um dos principais motores de inovação da indústria agrícola. O desenvolvimento de cultivares com maior tolerância a herbicidas e resistência a pragas tem permitido que os agricultores mantenham níveis elevados de produção mesmo diante de desafios como mudanças climáticas, pressão de pragas e presença crescente de plantas daninhas resistentes.
A Bayer destaca que a Intacta 5+ foi projetada para oferecer maior previsibilidade ao produtor rural e garantir que o manejo da lavoura possa ser realizado com mais segurança e flexibilidade. Para especialistas, tecnologias desse tipo podem continuar contribuindo significativamente para a expansão da produtividade brasileira nos próximos anos, mantendo o país na liderança global de exportações de soja.
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