O cenário político para as próximas eleições gerais ganhou uma definição importante nesta semana. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou que foi o nome selecionado pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, para concorrer à Presidência da República em 2026. A confirmação veio após a informação ter sido antecipada pela CNN e repercute intensamente nos bastidores de Brasília.
Em suas redes sociais, o parlamentar adotou um tom messiânico ao aceitar a indicação, afirmando que assume a “missão de dar continuidade” ao projeto da direita com “grande responsabilidade”.
“Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada”.
É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação.
Eu não posso, e não vou, me conformar ao ver o nosso país caminhar por um tempo de… pic.twitter.com/vBvHS7M0hJ
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 5, 2025
Resistência interna e o fator Tarcísio
A escolha do “filho 01” não ocorre sem turbulências. Segundo apurações de bastidores, a decisão enfrenta resistências significativas dentro da própria direita e até no núcleo familiar do ex-presidente. Muitos aliados históricos e membros da cúpula do Partido Liberal (PL) viam no governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou no governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), nomes com maior capilaridade eleitoral para enfrentar a esquerda, dada a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030.
Contudo, a preferência de Jair pelo filho indica uma aposta na fidelidade absoluta e na manutenção do sobrenome Bolsonaro na urna, mesmo sob o risco de isolamento político junto a partidos de centro.
Crise familiar: Michelle versus Filhos
A oficialização do nome de Flávio ocorre no ápice de uma crise pública dentro do clã Bolsonaro. O estopim foi a estratégia eleitoral do PL no Ceará. O diretório estadual havia decidido apoiar uma eventual candidatura de Ciro Gomes (PDT), movimento articulado para enfraquecer o PT no estado nordestino.
No entanto, a articulação foi duramente criticada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no último domingo (30). Michelle, que preside o PL Mulher, rechaçou a aliança com um antigo adversário político da família. A postura dela desagradou os enteados (Flávio, Carlos e Eduardo), que defendiam o pragmatismo da aliança no Ceará e se posicionaram publicamente contra a madrasta.
Aliados próximos a Michelle veem na escolha de Flávio uma tentativa de frear o crescimento político da ex-primeira-dama, que também aparece bem posicionada em pesquisas de intenção de voto e possui forte apelo junto ao eleitorado evangélico e feminino.
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