Servidores da Receita Federal ameaçam iniciar greve nos serviços na próxima segunda-feira (04/09) – até o momento há uma paralisação parcial pelo país. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Amazonas (Sindifisco-AM), Eduardo Toledo, a decisão foi tomada em assembleia com sete mil sindicalizados do Brasil.
“Não temos o menor interesse que a população seja afetada. Estamos buscando esse contato prévio para evitar que isso aconteça, para sensibilizar o governo federal a cumprir o que foi acordado conosco”, afirma.
No entanto, uma possível paralisação pode atrasar a chegada de matéria-prima, montagem e distribuição para os produtos da Zona Franca de Manaus nos meses que registram altas vendas, decorrente da Black Friday e comemorações natalinas.
Reinvindicações dos servidores da Receita Federal
Os servidores reivindicam o reajuste salarial, que não ocorre desde 2011. De acordo com a categoria, foi firmado um acordo em 2017 que não foi cumprido. Eles informam ainda que o recurso não causaria aumento nos custos do governo, pois seriam uma realocação do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf).
A insatisfação da categoria vem se acumulando na gestão de Lula, que inviabilizou a execução do programa de produtividade dos servidores. Com os cortes de recursos na Lei Orçamentária 2024, não é possível conceder o bônus de eficiência aos agentes. “Na semana que vem, a partir do dia 4 de setembro, caso o governo não reverta esse corte de recursos do orçamento da receita federal, nós entraremos em greve, paralisação total, por tempo indeterminado”, afirmou o representante do Comando Nacional de Mobilização da 2ª Região Fiscal, Marcos José Neto.
Impacto na Zona Franca de Manaus
O Polo Industrial de Manaus possui 600 indústrias, empregando mais de 100.000 trabalhadores. Os eventos de final de ano são os mais aguardados para a produção – que aumenta consideravelmente.
Os líderes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Centro de Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam) demonstraram preocupação com a greve.
Para o representante da CDL, Antônio Kizem, com a paralisação, “uma carga que demoraria dois dias pode levar uma semana ou mais” para ser distribuída. Já o presidente da Cieam, Lúcio Flávio Moraes, ressaltou que a ZFM já vem sofrendo com o período de vazante e dificuldade no escoamento.
“Nós já estamos sofrendo dificuldades na parte logística relativas à navegabilidade do rio Amazonas e do canal do Paraná. Vai impactar violentamente na produção, não só trazendo prejuízo para as indústrias, mas também para os trabalhadores. Se para uma linha de produção todos os trabalhadores param”, finalizou.
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