O maior berçário de quelônios no Brasil, localizado em Rondônia, registra queda drástica no nascimento de filhotes. O nascimento de quelônios, como tartarugas-da-amazônia e tracajás, caiu de 1,4 milhão para apenas 349 mil no Vale do Guaporé, Rondônia, entre 2023 e 2024. Essa redução de 75% é atribuída às queimadas, que atingiram seu pico em setembro, e à seca severa que impactou os rios da região.
Impactos climáticos e exploração ilegal
A fumaça gerada pelas queimadas prejudicou a orientação das tartarugas, atrasando a chegada às praias para desova. “Esse atraso provocou um efeito cascata no ciclo reprodutivo”, explica José Carratte, supervisor de meio ambiente da Energisa, patrocinadora de projetos ambientais no estado.
Além disso, os tracajás enfrentam um desafio adicional: a captura ilegal. Em países como a Colômbia, esses animais são considerados iguarias, aumentando a pressão sobre as espécies.
Resgate e esforço comunitário
Uma força-tarefa liderada pelo Ibama, em parceria com comunidades ribeirinhas, resgatou filhotes de tartarugas-da-amazônia ameaçados pela elevação das águas. Os ninhos foram identificados e os filhotes protegidos em cercados.
“A cheia repentina dos rios inunda os ninhos por baixo e pode afogar milhares de tartarugas”, alerta Deyvid Muller, biólogo da associação Ecovale.
Outras ameaças e impactos ambientais
A seca também expôs os filhotes a predadores como urubus, jacarés e aves, dificultando sua chegada segura ao rio. A situação reflete um panorama crítico em outras regiões. No Pará, por exemplo, a falta de oxigênio na água causou a morte de milhares de peixes, jacarés, arraias e tartarugas.
Com informações da Folha de S.Paulo*
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