A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) iniciou as investigações sobre a morte brutal de Isabel Cristina Lopes Simplício, popularmente conhecida como “Bebel”. A vítima, que era mãe de Isabelly Aurora, influenciadora digital de grande alcance no estado, foi encontrada sem vida na manhã desta terça-feira, 9. O corpo estava no sítio da família, localizado no bairro Lago Azul, na Zona Norte de Manaus, apresentando sinais extremos de violência.
O caso foi registrado como feminicídio e chocou as autoridades pela crueldade empregada. Segundo informações preliminares confirmadas pela polícia, o principal suspeito é José Brito, companheiro da vítima, com quem ela mantinha um relacionamento há menos de um ano. A mãe de Isabelly Aurora apresentava marcas de espancamento severo, sinais de enforcamento e perfurações nos olhos, lesões estas possivelmente causadas por uma arma branca (faca).
Detalhes da investigação sobre a morte da mãe de Isabelly Aurora
O delegado George Gomes, responsável por detalhar a dinâmica encontrada pelos peritos, descreveu um cenário de horror. Segundo a autoridade policial, a família tomou conhecimento do crime através de uma mensagem enviada pelo próprio suspeito logo após o ato.
“Ele enforcou, espancou, vários espancamentos na cabeça e depois enforcamento. (…) Tem perfuração nos olhos, com uma faca, possivelmente. Muito [agressão] no rosto, muito danificado em razão, possivelmente, de socos, murros…”, relatou o delegado à imprensa.
A linha de investigação da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) aponta que apenas o casal estava na residência no momento do ataque, descartando, a princípio, a participação de terceiros. As equipes da DEHS realizam buscas intensas para localizar José Brito, que permanece foragido. A confirmação da autoria e a brutalidade dos fatos reforçam o enquadramento do crime como violência de gênero contra a mãe de Isabelly Aurora.
Luto e repercussão nas redes sociais
Em um comunicado oficial divulgado nas redes sociais, a influenciadora Isabelly Aurora pediu respeito ao momento de dor.
“Diante das circunstâncias e das especulações que cercam o ocorrido, informamos que todas as questões estão sendo tratadas diretamente com as autoridades competentes”.
Escreveu a filha da vítima, ressaltando que a prioridade da família agora é vivenciar o luto.
Bebel não era apenas conhecida por ser a mãe de Isabelly Aurora; ela construiu sua própria comunidade digital. Com mais de 27 mil seguidores, compartilhava a rotina no sítio, momentos de pesca e vídeos de humor ao lado da filha, que acumula mais de 387 mil seguidores. A interrupção trágica dessa trajetória expõe a vulnerabilidade das mulheres, independentemente de sua visibilidade social.

O cenário do feminicídio no Amazonas e no Brasil
A morte da mãe de Isabelly Aurora ocorre em um contexto alarmante de segurança pública. O Brasil atinge novos recordes de violência letal contra mulheres. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) indicam que o país ultrapassou a marca de 1,5 mil feminicídios em 2024, o maior número da série histórica, com tendências de alta mantidas em 2025.
O Atlas da Violência deste ano posiciona o Amazonas entre os estados com as maiores taxas de homicídios de mulheres. O estudo atribui esses índices à persistência da violência doméstica, à fragilidade das redes de proteção e a dinâmicas de controle em relacionamentos recentes, exatamente como o caso que vitimou Isabel Cristina. A combinação de vulnerabilidade econômica e a ausência de políticas públicas continuadas na Região Norte aprofundam essas desigualdades de gênero, transformando lares em cenas de crime.
A busca por justiça no caso da mãe de Isabelly Aurora torna-se agora um símbolo na luta contra estatísticas tão devastadoras.
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