Resultado reflete a dinâmica econômica do estado em 2025, impulsionada pela importação de insumos para a indústria e exportação de commodities minerais.
O comércio exterior do Amazonas apresentou um desempenho robusto em novembro de 2025, registrando uma corrente de comércio da ordem de US$ 1,2 bilhão. O montante é resultado da soma de US$ 98,72 milhões em exportações e US$ 1,10 bilhão em importações. Os números, divulgados pela Balança Comercial do Amazonas, elaborada pelo Departamento de Estatística e Geoprocessamento (Degeo) da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), evidenciam não apenas a integração do estado com o mercado global, mas principalmente a vitalidade do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Dinâmica do comércio exterior e parceiros estratégicos
Ao analisar os fluxos de mercadorias, observa-se que as exportações amazonenses mantêm parceiros cativos e produtos de alto valor agregado. A Alemanha figurou como um dos principais destinos em novembro, absorvendo cerca de US$ 19,00 milhões em produtos locais. Deste total, 95,38% correspondem a ouro (incluindo ouro platinado) em formas semimanufaturadas para uso não monetário, reafirmando a importância dos recursos minerais na pauta exportadora.
Outro parceiro de relevância indiscutível é a China. O gigante asiático foi o destino de US$ 8,66 milhões em ferronióbio, montante que representa 81,26% de tudo o que foi vendido para aquele mercado no período. Essa relação comercial destaca o papel estratégico do Amazonas no fornecimento de minerais essenciais para a indústria global de alta tecnologia.
Pelo lado das importações, que somaram US$ 1,10 bilhão, a China permanece como a principal origem das compras externas. O destaque ficou por conta da aquisição de “outros suportes gravados para reprodução de fenômenos diferentes de som ou imagem”, item que totalizou US$ 49,94 milhões (11,81% das importações chinesas). O Vietnã também aparece como fornecedor relevante, especialmente no envio de processadores e controladores — componentes vitais para o setor de eletroeletrônicos do PIM —, somando US$ 28,28 milhões.
Importações como termômetro da indústria

Para compreender a saúde econômica do estado, é fundamental olhar para as importações não como um déficit, mas como um indicador de atividade industrial. Alcides Saggioro, assessor econômico da Sedecti, esclarece que o volume de compras externas segue um padrão consistente que demonstra o fortalecimento do modelo Zona Franca de Manaus.
Segundo Saggioro, o crescimento nesse fluxo sinaliza uma demanda aquecida pelos produtos fabricados no PIM. Os insumos que desembarcam em Manaus, como componentes de motocicletas e partes para equipamentos eletrônicos, seguem diretamente para as linhas de montagem, onde são transformados em bens finais que abastecem todo o Brasil. Portanto, o alto volume de importações em novembro é um sinal claro de que as fábricas estão operando em ritmo acelerado para atender ao mercado consumidor.
Série histórica e desempenho dos municípios
A análise da série histórica confirma o dinamismo do comércio exterior amazonense. Desde 2018, os valores anuais da corrente de comércio superam a marca de US$ 9 bilhões, atingindo patamares superiores a US$ 13 bilhões a partir de 2021. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o total já chega a US$ 14,93 bilhões, aproximando-se do recorde histórico de 2024, que foi de US$ 16,14 bilhões. As projeções indicam que o ano deve encerrar com volumes elevados, consolidando a tendência de crescimento.
Além da capital, o interior do estado também teve participação relevante na balança comercial. Entre os exportadores, o município de Presidente Figueiredo se destacou pelo envio de ferro-ligas à China (US$ 8,66 milhões), enquanto Itacoatiara registrou vendas de madeira serrada para os Países Baixos, somando US$ 523,34 mil.
Já nas importações, Itacoatiara chamou a atenção pela compra de óleos de petróleo e minerais betuminosos da Rússia, totalizando US$ 7,06 milhões. Tefé também figurou na lista, importando veículos aéreos (como helicópteros e aviões) dos Estados Unidos, em uma operação que movimentou US$ 3,24 milhões.
O monitoramento detalhado dessas relações comerciais está disponível no painel interativo da Balança Comercial, acessível através do site oficial da Sedecti.
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