O preço médio da cesta básica em Manaus subiu 16% entre abril e setembro de 2024, atingindo R$ 809,60, de acordo com estudo da Horus Inteligência de Mercado e do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Em comparação a agosto, a alta foi de 2%, tornando Manaus a terceira capital com a cesta básica mais cara do país, atrás de São Paulo (R$ 934,08) e Rio de Janeiro (R$ 1.046,44).
Queda em outras capitais
A pesquisa também mostrou que a variação acumulada dos últimos seis meses no valor da cesta básica caiu em quatro das oito capitais analisadas, com Brasília liderando a redução, com 6,7%. No entanto, Manaus e outras três capitais apresentaram alta nos preços no mesmo período.
Evolução dos preços em Manaus
Em abril de 2024, o preço da cesta básica em Manaus era de R$ 697,93. O valor caiu para R$ 679,59 em maio, mas a partir de junho, iniciou uma sequência de aumentos, chegando a R$ 715,88. Em julho, subiu para R$ 778,02, alcançando R$ 793,91 em agosto e atingindo R$ 809,60 em setembro. Esse foi o segundo maior aumento registrado em setembro entre as capitais, atrás apenas de Curitiba, que teve uma alta de 3,5%.
Itens essenciais
Dos 18 itens pesquisados, o café em pó e em grãos teve alta em todas as capitais analisadas, com aumento de 3,4% em Manaus. O maior crescimento foi observado no feijão (3,8%), seguido pelo frango (1,9%), farinha de mandioca (1,9%), açúcar (1,5%), manteiga (1,1%) e massas alimentícias secas (0,8%). Já o preço do óleo permaneceu estável em relação a agosto, enquanto o leite UHT e o fubá tiveram queda de 0,7% e 6,5%, respectivamente.
No acumulado de abril a setembro, o café aumentou 13,4% em Manaus, seguido pelo frango (11,8%), manteiga (6,5%), óleo (3,4%) e leite UHT (2%).
Impacto climático
Segundo Anna Carolina Veiga Fercher, especialista da Neogrid, o preço do café permanece em alta devido à baixa oferta nacional, influenciada pelas variações climáticas e pela valorização do produto no mercado internacional. A seca também impacta diretamente a produção de leite UHT e de cana-de-açúcar, contribuindo para os aumentos nos preços desses itens.
Cesta Ampliada
Considerando a cesta ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, o valor médio subiu em seis das oito capitais analisadas, variando entre 1,9% e 3,0%. Manaus registrou um aumento de 2,1% no valor da cesta ampliada entre agosto e setembro, alcançando R$ 1.763,80, permanecendo entre as capitais com menores valores, ao lado de Salvador.
Produtos como creme de leite, detergente, requeijão, biscoitos, molho de tomate, cerveja e refrigerantes tiveram alta em todas as capitais analisadas, enquanto Manaus viu o maior aumento no preço do creme dental, com 5,5%.
Inflação
O estudo destaca que o aumento nos preços da cesta básica em setembro foi impulsionado principalmente pelo repasse dos custos de produção, tanto de insumos nacionais quanto importados. A valorização do dólar encarece as importações e incentiva as exportações, impactando diretamente o preço de alimentos. Esses aumentos afetam mais intensamente as famílias de baixa renda, que destinam grande parte de seu orçamento à alimentação.
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