O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. A nomeação foi confirmada nesta segunda-feira (20), após reunião no Palácio do Planalto, e será oficializada na próxima edição do Diário Oficial da União (DOU). A troca marca uma das principais mudanças na estrutura política do governo desde o início do mandato.
Boulos substitui Márcio Macêdo, que estava à frente da Secretaria-Geral desde janeiro de 2023. O órgão é responsável por coordenar o diálogo entre o governo federal, movimentos sociais e organizações da sociedade civil, além de participar das ações de articulação política do Palácio do Planalto.
Reunião no Planalto definiu a nomeação de Boulos
A decisão de Lula nomear Boulos ministro ocorreu durante uma reunião que contou com a presença de Márcio Macêdo; da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais; do ministro Rui Costa, da Casa Civil; e do ministro Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social.
Segundo fontes do Planalto, o presidente destacou a importância de fortalecer o diálogo com movimentos populares e a sociedade civil — áreas em que Boulos tem ampla experiência.
Trajetória e atuação política
Nascido em São Paulo, no bairro de Pinheiros, em 19 de junho de 1982, Guilherme Castro Boulos tem 43 anos e é reconhecido por sua trajetória ligada ao ativismo urbano e à defesa da reforma urbana e moradia digna.
Filho dos médicos e professores universitários Maria Ivete e Marcos Boulos, ele estudou em escolas particulares até o ensino médio, quando pediu para ser transferido para uma escola pública. Foi nesse ambiente que iniciou sua militância política.
Durante o ensino médio, na Escola Estadual Fernão Dias Paes, Boulos criou um grêmio estudantil, organizou protestos e participou de programas de alfabetização de jovens e adultos em comunidades da capital paulista.
Ingressou no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) em 2000, formou-se e mais tarde se especializou em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Também se tornou mestre em Psiquiatria pela USP. Ao longo da vida profissional, atuou como professor da rede pública, escritor e pesquisador.
Ligação com o MTST e ascensão nacional
Aos 19 anos, Boulos foi morar em uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), organização na qual se tornaria uma das principais lideranças nacionais. Sua atuação consolidou o nome como um dos maiores representantes da luta por moradia popular e justiça social no país.
No MTST, conheceu sua companheira Natália Szermeta, também militante do movimento. O casal tem duas filhas: Sofia e Laura.
Filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Boulos ganhou projeção nacional ao disputar a Presidência da República em 2018, quando tinha 35 anos. Em seguida, concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024, consolidando sua imagem como uma das principais lideranças da esquerda brasileira.
De deputado a ministro
Nas eleições de 2022, Boulos foi eleito deputado federal por São Paulo com mais de 1 milhão de votos, tornando-se o parlamentar mais votado do estado e o segundo mais votado do país.
Com a decisão de Lula nomear Boulos ministro, o governo aposta em um perfil político de diálogo e forte inserção nos movimentos sociais. No novo cargo, ele terá a missão de ampliar a articulação entre o Palácio do Planalto, os movimentos populares e as organizações da sociedade civil, reforçando a ponte entre governo e base social.
A posse de Guilherme Boulos será realizada após a publicação oficial no Diário Oficial da União, marcando uma nova etapa na relação entre o governo federal e os movimentos sociais que historicamente apoiam o presidente Lula.
*Com informações da Agência Brasil
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