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Perfuração na Foz do Amazonas: O que dizem os ambientalistas?

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A autorização do Ibama para que a Petrobras realize a perfuração de um poço de petróleo na Foz do Amazonas provocou forte reação de ambientalistas e entidades ligadas ao clima. A licença, concedida nesta segunda-feira (20), permite à estatal iniciar a exploração no bloco FZA-M-59, localizado a 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas e a 175 quilômetros da costa do Amapá.

A decisão ocorre após quase cinco anos de análises ambientais e a menos de um mês do início da COP30, conferência do clima que será sediada em Belém (PA). O projeto integra o plano de investimentos da Petrobras na Margem Equatorial, região apontada como uma das últimas fronteiras com potencial para novas reservas de petróleo no Brasil.

Reações e críticas de ambientalistas

A medida foi duramente criticada por organizações ambientais. O Observatório do Clima classificou a decisão como uma “dupla sabotagem”, tanto ao planeta quanto à conferência do clima.

“O governo estimula a expansão fóssil e aposta em mais aquecimento global, prejudicando a própria COP30, que deveria marcar a transição para o fim dos combustíveis fósseis”, afirmou Suely Araújo, coordenadora de Políticas Públicas da entidade.

O físico Paulo Artaxo, integrante do IPCC, defendeu que o país priorize o desenvolvimento de fontes renováveis, como a energia solar e eólica.

“Abrir novas áreas de petróleo vai agravar ainda mais as mudanças climáticas”, disse.

O climatologista Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, reforçou o alerta de que a região está próxima de um ponto crítico.

“A Amazônia está muito próxima do ponto de não retorno. Não há justificativa para qualquer nova exploração de petróleo”, criticou.

A coordenadora da frente de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade, afirmou que a decisão contradiz os compromissos do país com a transição energética.

“Às vésperas da COP30, o Brasil se veste de verde no palco internacional, mas se mancha de óleo em casa”, declarou.

O WWF-Brasil também reagiu. O especialista em conservação Ricardo Fujii avaliou que a liberação representa um retrocesso e ameaça direta à biodiversidade da região.

“O Brasil não precisa abrir novas fronteiras petrolíferas na Amazônia. Deveria investir em bioeconomia e energia renovável”, afirmou.

Para o Instituto Talanoa, a decisão enfraquece a credibilidade do país na agenda climática global e vai na contramão das metas do Acordo de Paris, que busca limitar o aumento da temperatura global a 1,5 °C.

O que é a Margem Equatorial

A Margem Equatorial é uma faixa litorânea que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, próxima à linha do Equador. A região abriga cinco bacias sedimentares — Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas —, áreas com potencial para armazenar petróleo e gás natural.

A exploração nessa faixa começou nos anos 1970, de forma experimental, e voltou a ganhar destaque após descobertas de grandes reservas em países vizinhos como Guiana e Suriname. Hoje, a Petrobras aposta nas águas ultraprofundas da região como possível nova fronteira energética do país.

*Com informações do G1

Leia mais:
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