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Explicando: Plano de execução de Lula e Alckmin

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A Polícia Federal (PF) deflagrou na última terça (19), uma operação que revelou uma estratégia golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

As investigações apontam para plano de execução do presidente, vice e o ministro, após sua eleição em 2022. Até o momento, a PF prendeu quatro militares do Exército e um agente da Polícia Federal. O Portal Gazeta da Amazônia separou os principais pontos desta operação, entenda.

Como tudo começou

Após o resultado das eleições de 2022 e da vitória de Lula, manifestantes começam a acampar em frente a quarteis do Exército pelo país. Nesse período, o general e então secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Fernandes, criou um documento intitulado “Planejamento – Punhal Verde Amarelo”.

De acordo com a PF, este documento “indica a elaboração de um detalhado planejamento que seria voltado ao sequestro ou homicídio do Ministro Alexandre de Moraes e, ainda, dos candidatos eleitos Luís Inácio Lula da Silva e Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho, ambos componentes da chapa vencedora das eleições.” Tratando-se ainda de um “verdadeiro planejamento com características terroristas, no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco”.

A Polícia Federal afirma ainda que, no mesmo dia o documento “foi levado até o palácio do Alvorada, local de residência do presidente da República, Jair Bolsonaro.”

Explicando: Plano de execução de Lula e Alckmin
Explicando: Plano de execução de Lula e Alckmin

 

Entre 12 a 28 de novembro de 2024

De acordo com a PF, em 12 de novembro foi realizada uma reunião na residência do general da reserva Walter Braga Netto e, após esse dia, o grupo investigado começou a realizar o monitoramento do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Para a polícia, além de Braga Netto estavam presentes na reunião o tenente-coronel Mauro Cid e dois dos presos na operação desta terça-feira: o major Rafael Martins de Oliveira e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.

Nesse período, vários dos investigados na operação se deslocaram a Brasília, como o militar Lucas Guerellus e Helio Ferreira Lima. Assim, a PF utilizou as antenas de celular para identificar os locais pesquisados e frequentados, observando localidades próximas à residência do Ministro Alexandre de Moraes.

Dezembro de 2022

Segundo a PF, já durante as ações de monitoramento, o major Rafael de Oliveira se envolveu em um acidente na estrada entre Goiânia e Brasília. E, com base nos registros de celular, a PF identificou que Rafael partiu de Goiânia para Brasília, circulando pela cidade, onde foi observado que “as atividades nesse período indicam mensagens trocadas entre Rafael de Oliveira e Mauro Cid e possível registro de ambos no mesmo local: Palácio do Planalto.”

Então, a PF cruzou estas informações com mensagens de ajudantes de ordem da Presidência enviadas para Cid, evidenciando “a presença concomitante dos militares Rafael de Oliveira e Mauro Cid na região do Palácio do Planalto em horário compatível com a presença do então presidente da República Jair Bolsonaro por aproximadamente 30 minutos, no local.”

As investigações do inquérito sobre a tentativa de golpe já haviam identificado que no dia 7 de dezembro, o então presidente Bolsonaro recebeu os comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada. No mesmo dia, mensagens trocadas entre Mauro Cid e o então assessor da Presidência, Marcelo Câmara, indicam que o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes continuava sendo realizado.

Em 08 de dezembro, a PF rastreou conversa de Mário Fernandes com Mauro Cid, relatando ter conversado pessoalmente com Bolsonaro. Segundo ele, na conversa, Bolsonaro teria dito que “o dia 12, pela diplomação do vagabundo [referência a Lula, recém eleito], não seria uma restrição” e que “qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo.”

Em 12 de dezembro ocorre a diplomação da chapa de Lula e Alckmin, onde bolsonaristas radicais tentam invadir o prédio da PF e incendeiam carros e ônibus em Brasília.

Primeira tentativa

Em 15 de dezembro, de acordo com a PF, foi o dia em que o evento “Copa 2022” (codinome utilizado pelos suspeitos para ato) quase se realizou. Neste dia, o telefone vinculado ao codinome Austria deixa Goiânia em direção a Brasília, assim como Rafael de Oliveira.

No grupo criado por eles – Copa 2022, Rafael de Oliveira (segundo a PF, utilizando o codinome Japão) se apresenta e diz estar em posição, assim como o codinome Áustria.

No entanto, o codinome Alemanha encaminha a todos uma reportagem indicando que uma sessão de julgamentos do Supremo Tribunal Federal havia se encerrado mais cedo. Neste momento, o codinome Áustria questiona se “vai cancelar o jogo”, ao que o codinome Alemanha responde “Abortar… Áustria volta para o local de desembarque… estamos aqui ainda…”

Neste dia, Moraes participou no STF de uma votação sobre o orçamento secreto. O julgamento foi suspenso quando o placar estava em 5 a 4.

Lula estava em São Paulo na data. Os militares discutiram envenenar ou usar químicos para matar Lula, de acordo com a PF. “Para execução do presidente Lula, considerando sua vulnerabilidade de saúde e ida frequente a hospitais, a possibilidade de utilização de envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico”, diz a investigação.

O que se sabe até agora

Para a Polícia Federal, o evento Copa 2022 “apresenta elementos típicos de uma ação militar planejada detalhadamente, porém, no presente caso, de natureza clandestina e contaminada por finalidade absolutamente antidemocrática”.

Leia mais:
PF conclui inquérito sobre assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips
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