Rosinaldo Bual (Agir-AM) está detido há mais de 15 dias sob suspeita de rachadinha e lavagem de dinheiro; gabinete segue funcionando sem atender ao público
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) ainda não definiu o futuro do mandato do vereador Rosinaldo Bual (Agir-AM), preso há mais de duas semanas durante a Operação Face Oculta, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Mesmo com a prisão do parlamentar, ocorrida no dia 3 de outubro, o gabinete segue oficialmente ativo, mas sem atendimento ao público, conforme informou a assessoria da Casa Legislativa.
Bual é investigado por envolvimento em um esquema de rachadinha, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Durante o cumprimento dos mandados, o Gaeco apreendeu R$ 390 mil em espécie, cheques que somavam mais de R$ 500 mil e documentos diversos, incluindo passaportes.
Segundo o Ministério Público do Amazonas (MPAM), mais de 100 pessoas passaram pelo gabinete desde o início do mandato. As investigações apontam que parte dos salários pagos a assessores era devolvida ao vereador por meio de transferências ou pagamentos em espécie, prática conhecida como rachadinha.
A Justiça já determinou o afastamento de Bual por 120 dias, além da quebra de sigilos bancário e telemático e do bloqueio de R$ 2,5 milhões em bens, para garantir o ressarcimento aos cofres públicos.
Sem decisão da Câmara
Mesmo diante das medidas judiciais, a Mesa Diretora da Câmara Municipal ainda não tomou providências sobre o caso. O presidente da Casa, vereador David Reis (Avante), afirmou que as medidas regimentais serão adotadas “dentro do curso processual da legislação brasileira”.
O Comitê Amazonas de Combate à Corrupção criticou a demora da presidência em convocar a mesa para apurar o caso. Segundo Inácio Guedes, membro do grupo, o regimento interno da Câmara determina a instauração imediata de um procedimento assim que há conhecimento da denúncia.
“A presidência tem a obrigação de convocar a Mesa Diretora e dar início à apuração. A omissão é grave”, afirmou Guedes, que disse ainda que o comitê poderá ingressar com uma ação civil pública caso o impasse continue.
Já o presidente da Comissão de Ética da Câmara, Joelson Silva (Avante), afirmou que o colegiado aguarda a deliberação da Mesa Diretora para iniciar a análise do caso.
Divergências entre vereadores
Durante sessão realizada no dia 6 de outubro, parlamentares cobraram agilidade na condução do processo. O vereador Rodrigo Guedes (PP-AM) criticou a falta de medidas concretas:
“É um absurdo o que está acontecendo. Estão empurrando o caso com a barriga para cair no esquecimento.”
Por outro lado, Eduardo Alfaia (Avante-AM) defendeu cautela:
“É preciso evitar pré-julgamentos e respeitar os princípios constitucionais.”
Enquanto o impasse continua, o gabinete de Rosinaldo Bual permanece sob responsabilidade da Câmara, sem atendimento ao público e sem previsão de substituição.
*Com informaões da Rede Amazônica
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