A decisão do presidente estadunidense Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos pode pode resultar no barateamento de alguns alimentos no mercado interno brasileiro. De acordo com representantes do setor, a diferença poderá ser sentida principalmente no preço de frutas como a manga, uva e o açaí.
Entretanto, a questão não é tão simples. A redução é confirmada apenas em um primeiro momento. De acordo com o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o principal desafio no momento é o de encontrar um equilíbrio entre o melhor preço de alimentos para o consumidor final no Brasil e para o produtor que venderá a mercadoria.
“É buscar um preço adequado. Essa é a nossa missão”, disse o ministro.
Questão é mais complicada do que parece
Ainda de acordo com o ministro, a diminuição da exportação de produtos alimentícios para os Estados Unidos, principalmente frutas, café e carne, resultaria num escoamento da produção para o mercado interno por valores menores, o que beneficiaria o consumidor brasileiro.
Porém, a avaliação do governo é que isso causaria prejuízos para a economia do país a longo prazo, e que devem ser elaboradas estratégias para estimular a maior competitividade de produtos nacionais.
“As tarifas podem, sim, ter alguma influência momentânea [reduzindo o preço dos alimentos], mas o que queremos é a redução dos preços por competitividade. Ou seja, pela capacidade de mais produção numa mesma área; por um financiamento com juros mais baixos. Esse é o ganho que queremos alcançar”, disse o ministro.
“Mas veja bem: assim como a gente quer proteger o consumidor nessa tarefa, temos de proteger o produtor. Caso contrário desestimularíamos a produção. Nesse caso, precisamos ter equilíbrio”, acrescentou.
De acordo com o ministro, a estratégia atual do governo é a de buscar alternativas de mercado, tanto para o consumidor interno quanto para o comércio internacional. Isso seria feito por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e de algumas pastas ministeriais.
Frutas mais baratas?
Segundo entrevista dada pelo diretor institucional da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, ao Globo Rural, os impactos no mercado interno serão sentidos de acordo com o calendário de colheita de cada uma das frutas.
Um dos primeiros impactos sentidos será o da manga, que já está próxima à época de colheita e tinha um carregamento de 70 mil toneladas com destino aos Estados Unidos prevista para agosto. Com as novas tarifas, a negociação ficou inviável e o destino das frutas, incerto.
“Isso certamente vai pressionar o preço para baixo, porque vai ter excesso de oferta em mercados que já vinham sendo abastecidos”, informou o diretor do Abrafrutas.
Ainda de acordo com Luiz Roberto, alguns produtores estão hesitantes sobre a colheita das frutas, aguardando as tentativas de negociação entre o governo federal e o governo dos Estados Unidos. A expectativa dos produtores é de que as tarifas sejam revertidas em alguma escala até agosto, e só então haveria uma decisão concreta sobre a produção de mangas.
O mesmo vale para outros produtos que estão próximos da época de colheita, como o açaí, principal produto exportado da Amazônia. Caso haja uma redução de preços no mercado brasileiro, ele seria sentido também a partir de agosto.
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