Cronograma entregue ao STF prevê internação na véspera do feriado para a cirurgia de Bolsonaro, visando a correção de hérnias inguinais. Michelle e filhos foram indicados como acompanhantes.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) formalizou, nesta terça-feira (23), o envio de um cronograma detalhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento solicita a autorização para a internação do ex-mandatário na quarta-feira (24), véspera de Natal, com a realização da cirurgia de Bolsonaro programada para o feriado do dia 25 de dezembro.
O procedimento médico, que visa a correção de duas hérnias inguinais, deve ocorrer no hospital DF Star, em Brasília. Além das datas, os advogados requereram que a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, seja autorizada a atuar como acompanhante principal durante o período de hospitalização. Também foi solicitado que os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro tenham permissão para atuar como acompanhantes secundários durante a recuperação pós-operatória.
Embora o ministro Alexandre de Moraes já tenha autorizado a intervenção médica após análise pericial, a validação específica das datas e da logística de segurança apresentada no calendário da defesa ainda pende de confirmação final pelo magistrado. A definição do cronograma ocorreu após o cancelamento de uma entrevista que o ex-presidente concederia à imprensa, justificada justamente por “motivos de saúde”, sinalizando o agravamento do desconforto físico.
O contexto médico da cirurgia de Bolsonaro
A necessidade da cirurgia de Bolsonaro foi estabelecida após uma bateria de exames. Em 14 de dezembro, ultrassonografias iniciais detectaram o problema. Diante do diagnóstico, a equipe médica particular do ex-presidente indicou o procedimento cirúrgico como a única solução definitiva para o quadro clínico, classificando-o como urgente em um primeiro momento.
Para corroborar o diagnóstico, Alexandre de Moraes ordenou uma perícia oficial. Realizada no dia 17 de dezembro pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF), a avaliação confirmou a existência de hérnia inguinal bilateral. Essa condição médica ocorre quando uma porção do intestino ou tecido interno projeta-se através de um ponto de fraqueza na musculatura abdominal, gerando inchaços na região da virilha, dores e desconforto significativo.
O laudo da PF detalhou que, diferentemente dos exames de agosto de 2025, que não apontavam a condição, e dos testes de novembro, que identificavam o problema em apenas um lado, o cenário atual evoluiu para um comprometimento bilateral. Os peritos associaram essa piora ao aumento da pressão intra-abdominal, possivelmente agravada por quadros recentes de tosse crônica e soluços persistentes relatados por Bolsonaro. Embora os peritos tenham descartado o caráter de emergência imediata — classificando a cirurgia como eletiva —, recomendaram que o procedimento fosse realizado o mais breve possível para evitar complicações futuras.
Implicações jurídicas e as festas de fim de ano
A cirurgia de Bolsonaro ocorre em um momento delicado de sua situação jurídica. O ex-presidente encontra-se preso desde 22 de novembro de 2025, após violar medidas cautelares, e cumpre pena de 27 anos e 3 meses pela condenação no processo sobre a trama golpista.
A defesa tentou utilizar o quadro de saúde para converter a pena em prisão domiciliar, mas Moraes negou o benefício, autorizando apenas a saída para o período de internação hospitalar. Contudo, o novo calendário apresentado cria um cenário peculiar: caso o ministro autorize as datas, Bolsonaro poderá passar tanto o Natal quanto o Ano Novo fora das dependências da carceragem da Polícia Federal.
Como a estimativa médica para a recuperação pós-cirúrgica e observação hospitalar é de até 7 dias, a internação iniciada na véspera de Natal (24) se estenderia, na prática, até a virada do ano. Assim, o ex-presidente permaneceria sob custódia no hospital DF Star durante todo o período de festas, retornando à unidade prisional apenas no início de janeiro, após a alta médica definitiva.
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