A suspensão de voos para Venezuela por ao menos sete companhias aéreas internacionais gerou preocupação entre passageiros e intensificou o clima de instabilidade na região do Caribe neste fim de semana. A medida ocorre após um alerta emitido pelos Estados Unidos sobre riscos operacionais em meio ao aumento das tensões militares entre Washington e o governo de Nicolás Maduro.
No sábado (22) e domingo (23), empresas como Gol, Iberia, TAP, Avianca, Latam Airlines e Turkish Airlines anunciaram o cancelamento temporário de suas operações. Algumas companhias venezuelanas e regionais, no entanto, continuam voando normalmente.
Cancelamentos de voos ampliam incerteza para passageiros internacionais
As primeiras decisões de suspender voos para Venezuela vieram no sábado, quando Gol (Brasil), Iberia (Espanha), TAP (Portugal) e Avianca (Colômbia) cancelaram suas operações para o país. No domingo, a Latam Airlines, maior companhia aérea da América Latina, também confirmou que os voos programados na rota Bogotá–Caracas foram cancelados preventivamente.
Em comunicado, a Latam informou que a prioridade é garantir a segurança de passageiros e tripulantes. A empresa disse que continuará monitorando diariamente a situação no Caribe para avaliar o retorno da operação.
Também no domingo, a Turkish Airlines, uma das dez maiores companhias aéreas do mundo, suspendeu seus voos regulares entre Istambul e Caracas no período de 24 a 28 de novembro, segundo a Associação de Companhias Aéreas da Venezuela (ALAV).
Em setembro, a Caribbean Airlines, companhia de Trinidad e Tobago e Jamaica, já havia suspendido temporariamente as operações entre seu território e a Venezuela.
Empresas locais mantêm rotas apesar das tensões
Apesar dos cancelamentos internacionais, algumas companhias venezuelanas anunciaram que seguem com suas rotas ativas. Rutaca, Laser, Estelar e Venezolana de Aviación informaram no domingo que continuam operando normalmente dentro e fora do país.
A Rutaca mantém voos para Cuba e Trinidad e Tobago, enquanto a Venezolana de Aviación segue com sua rota para o Panamá. A Laser opera conexões para Espanha e Curaçao.
A Estelar, por sua vez, comunicou nesta segunda-feira (24) que suspenderá voos para Madri nos dias 24, 26 e 28 de novembro por causa da dependência logística com a Iberojet. A Laser adotou a mesma medida em suas rotas para a capital espanhola. Ambas, porém, afirmaram manter normalmente todas as demais rotas nacionais e internacionais.
No sábado, a venezuelana Avior reforçou que seguirá com todos os voos previstos. Já a colombiana Wingo informou que suas operações seguem sem alterações.
Aumento da tensão no Caribe gera alerta internacional
A suspensão de voos para Venezuela ocorre em meio à escalada de tensão entre o governo de Nicolás Maduro e a administração de Donald Trump. O governo norte-americano enviou mais de uma dúlha de navios de guerra e cerca de 15 mil soldados para a região como parte da “Operação Southern Spear”, organizada pelo Pentágono.
Desde setembro, os EUA afirmam ter destruído 22 embarcações que supostamente transportavam drogas ilegais na região caribenha. Até o momento, nenhuma prova das denúncias foi apresentada, e mais de 80 pessoas morreram na ofensiva, segundo fontes venezuelanas.
Outro fator que aumentou a tensão foi a entrada em vigor, nesta segunda-feira, da designação do chamado Cartel de los Soles como organização terrorista estrangeira. A medida permite que Washington aplique novas sanções financeiras e operacionais a pessoas e ativos ligados ao regime venezuelano.
Os EUA alegam que Maduro e aliados próximos integram a cúpula do Cartel de los Soles. O governo venezuelano, no entanto, nega a existência do grupo e rejeita qualquer envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
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