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Censo contabiliza população quilombola, mas desafios persistem

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Dados do Censo 2022 revelam retrato inicial das comunidades quilombolas no país

Pela primeira vez na história, o Censo Demográfico, divulgado na última quinta-feira (27), incluiu informações sobre a população quilombola no Brasil. No entanto, de acordo com o geógrafo Rafael Sanzio dos Anjos, embora represente um primeiro retrato oficial dessas comunidades, os dados ainda não refletem toda a realidade.

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou a existência de 1.327.802 quilombolas no país, o que corresponde a 0,65% da população total. Essa população está distribuída em 1.696 municípios. Entretanto, o pesquisador ressalta que em 2019, o IBGE já havia identificado 5.972 localidades quilombolas que seriam visitadas durante o Censo 2022, mas estima-se que existam mais de 6 mil comunidades no país.

Visibilidade para as Comunidades Quilombolas

Rafael destaca a importância desse levantamento censitário para dar visibilidade a essas populações, que historicamente foram invisibilizadas e excluídas da narrativa oficial. Mesmo com a presença dos quilombos no Brasil desde o século 16, apenas na Constituição Federal de 1988 a palavra “quilombo” foi mencionada. Esse registro de invisibilidade histórica torna o Censo de 2022 um marco fundamental para trazer à luz essa realidade.

Desafios e perspectivas futuras

O Censo Demográfico é essencial para subsidiar políticas públicas e decisões sobre investimentos do orçamento nacional. Apesar do adiamento devido à pandemia de COVID-19 e questões orçamentárias, essa edição do Censo trouxe o quesito que identifica os quilombolas pela primeira vez. No entanto, o geógrafo salienta que ainda há desafios a enfrentar, como a inclusão de todas as comunidades e territórios étnicos.

Esforços anteriores e novos horizontes

Rafael menciona que a academia tem se empenhado em mapear essas populações há algum tempo, e destaca o Projeto Geografia Afrobrasileira: Educação, Cartografia & Ordenamento do Território (Geoafro), que reúne pesquisadores de diversas instituições e conta com apoio governamental. O IBGE já demonstrava preocupação com o tema desde 2000, quando o Geoafro apresentou o primeiro cadastro de territórios quilombolas do Brasil.

Perspectivas para Políticas Públicas

Lideranças de comunidades quilombolas e organizações representativas esperam que os resultados do Censo impulsionem maior reconhecimento, garantia de direitos e acesso a políticas públicas. O geógrafo salienta que os dados oficiais do IBGE têm relevância dentro da governança do país, e é fundamental que isso se traduza em políticas mais assertivas para essas comunidades. Questões como a educação quilombola merecem atenção especial, pois são fundamentais para preservar a tradição, cultura e história desses territórios tradicionais.

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Com informações da Agência Brasil*

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