Um estudo divulgado nesta semana aponta que pacientes que suspendem o uso do Mounjaro e voltam a ganhar peso perdem os benefícios conquistados durante o tratamento. O medicamento injetável, indicado para diabetes tipo 2 e amplamente associado à perda de peso, tem como princípio ativo a tirzepatida.
A pesquisa, que contou com a participação de especialistas da Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, avaliou 308 pessoas após 36 semanas de tratamento. Os resultados mostram que aqueles que recuperaram 25% ou mais do peso perdido apresentaram piora nos indicadores de saúde inicialmente melhorados, como circunferência abdominal, pressão arterial, taxas glicêmicas, colesterol e resistência à insulina.
A regressão dos benefícios foi proporcional ao aumento de peso. Entre os 308 participantes, 77 recuperaram entre 25% e 50% do peso perdido em 52 semanas sem o medicamento; 103 ganharam entre 50% e 75%; e 74 retomaram mais de 75%. No último grupo, os parâmetros cardiometabólicos retornaram ao mesmo nível observado antes do início do tratamento.
A tirzepatida pode reduzir em média 20% do peso corporal ao longo de 72 semanas, superando tratamentos como Wegovy e Ozempic. Entretanto, pesquisas anteriores já indicavam que o peso voltava a subir poucos meses após a interrupção do medicamento, em ritmo mais acelerado que o observado em pessoas que emagrecem por meio de alimentação equilibrada, exercícios e mudanças de hábitos.
Os autores do estudo afirmam que os resultados “reforçam a importância da manutenção da redução do peso a longo prazo através de intervenções no estilo de vida e medicamentos para gerenciamento da obesidade, de modo a manter os benefícios cardiometabólicos e uma melhor qualidade de vida”.
Ao jornal britânico The Guardian, Jane Ogden, professora emérita da Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Surrey, destacou que o uso de medicamentos injetáveis para emagrecimento costuma ocorrer sem ajustes na dieta ou na rotina. Para ela, a continuidade de hábitos prejudiciais favorece o reganho de peso e a perda de benefícios cardiovasculares.
Outro estudo recente publicado na revista Nature indica que a tirzepatida reduz temporariamente o desejo contínuo por alimentos.
*Com informações do DW
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