Sob o olhar fotógrafo Tácio Melo, ocorre, em fevereiro, a exposição “O Último Boto”, que retrata os impactos da seca para os botos, resultando em milhares de mortes dessa espécie. Usando a arte como ferramenta, o artista encontrou uma forma poética e sensível de chamar a atenção da sociedade para os perigos que esses animais enfrentam em tempos de eventos climáticos extremos.
A exposição
O projeto prevê 14 fotografias, em estilo surrealista, que foram produzidas no Lago Tefé (Praia do Amor) e nas margens urbanas do município, localizado a 575 quilômetros de Manaus – local esse onde, ao menos, 141 botos foram encontrados mortos. Além disso, o artista contou com o bailarino, Felipe Cassiano, integrante do Corpo de Dança do Amazonas, para representar a figura humana do boto cor-de-rosa.
A proposta do projeto é misturar lenda e realidade para conscientizar sobre a importância da preservação dos rios, florestas e das espécies do boto cor-de-rosa.
“O projeto dá relevância a acontecimentos frequentes em nossa região, como a última seca, que afetou milhares de ribeirinhos e acarretou a morte de várias espécies, incluindo centenas de botos. O boto é um dos animais mais simbólicos do Amazonas, muito presente em nosso folclore, e tudo isso será representado por fotografias artísticas que vão retratar a vida e morte do animal na região, junto com textos que alertam para o seu risco de extinção”, explica o artista.
A exposição terá sua estreia no prédio da antiga prefeitura de Tefé. Em seguida, percorrerá escolas públicas do município, alcançando estudantes e profissionais da educação. O artista ressaltou que haverá uma plataforma inteligente que fará toda a interpretação em Libras dos textos que estarão na exposição.
“O Último Boto” faz parte da série fotográfica “Sinfonia na Floresta”, que Tácio Melo iniciou em 2011, dedicada ao tema ambiental. Futuramente, o artista pretende dar continuidade ao trabalho para abordar outros animais da fauna amazônica.
Entenda
Entre os meses de setembro e outubro de 2023 (maior período da seca no Amazonas), mais de 10% da população de botos do Lago Tefé, no interior do estado, foi vitimada pelo aumento na temperatura da água.
Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram mais de 150 botos dizimados pelas condições climáticas.
As mortes animais foram causadas pelo calor extremo e falta de chuvas, que levaram as temperaturas do corpo d’água a até 40°C . Além do estresse térmico, a falta de oxigênio também favoreceu as perdas. Com a água rasa, os animais não conseguiam absorver a quantidade adequada de oxigênio, ficando presos nos bancos de areias.
Informações sobre o Projeto
Para mais informações sobre a exposição acesse as redes sociais do fotógrafo.
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