Há 40 dias, a Polícia Civil do Amazonas iniciou uma investigação envolvendo membros de uma seita religiosa suspeita de praticar crimes. O grupo é acusado de fornecer e distribuir a substância ketamina, utilizada tanto na medicina quanto ilegalmente como droga recreativa.
Uma das investigadas era a empresária Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido. Ela foi encontrada morta, na última terça-feira (28), na casa onde morava com Ademar Cardoso Neto, 29, e Cleusimar Cardoso, 53, irmão e mãe, no bairro Cidade Nova, zona Norte de Manaus. Os dois também estão sendo investigados por envolvimento na seita.
Envolvimento da Família de Didja
A família de Djidja está sob suspeita de induzir funcionários de uma rede de salões de beleza, administrada por eles, a utilizar a ketamina durante rituais. A polícia afirma que Djidja Cardoso era alvo da investigação por integrar a seita, e o delegado Cícero Túlio revelou à Record TV que há fortes suspeitas de que a morte da empresária foi causada por uma overdose de ketamina durante um ritual.
Progresso das Investigações
As investigações estão em andamento para determinar se outras clínicas e veterinários forneceram ketamina ilegalmente à seita. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) também apura se alguém medicou Djidja antes de sua morte.
Acusações e suspeitas
Os suspeitos de envolvimento na seita enfrentam acusações de tráfico de drogas, associação para o tráfico, e crimes contra a saúde pública, como falsificação e adulteração de produtos terapêuticos. Além disso, há acusações de aborto provocado sem consentimento, estupro de vulnerável, charlatanismo, curandeirismo, sequestro, cárcere privado e constrangimento ilegal.
Estrutura e funcionamento da seita
Na última quinta-feira (30), Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso, mãe e irmão de Djidja, foram presos em Manaus. Segundo a Polícia Civil, os três lideravam a seita “Pai, Mãe, Vida”, que prometia cura espiritual. Ademar era considerado uma reencarnação de Jesus, Cleusimar assumia a figura de Maria, mãe de Jesus, e Didja representava Maria Madalena.
Além da família Cardoso, funcionários do salão de beleza de Djidja também eram membros da seita. Verônica da Costa Seixas, Claudiele Santos da Silva e Marlisson Vasconcelos Dantas foram presos por induzir outros colaboradores a se juntarem ao grupo.
Violências e abusos
O delegado Cícero Túlio relatou que a seita atuava em parceria com uma clínica no bairro Redenção, fornecendo ketamina e outras substâncias de forma descontrolada. A polícia está ouvindo vítimas da seita, que relataram abusos físicos, psicológicos e estupros. Algumas vítimas afirmaram que eram mantidas dopadas, despidas e privadas de banho e alimentação por dias. Um aborto forçado e a utilização de animais domésticos em rituais também estão sob investigação.
Morte da matriarca da família
A morte da avó de Djidja, de 83 anos, está sendo investigada. Há suspeitas de que Ademar Cardoso tenha injetado ketamina na idosa após ela ter sofrido uma queda e reclamado de dores.
Posicionamento das defesas
Marlisson Vasconcelos Dantas, que estava foragido, se entregou à polícia nesta sexta-feira (31). Seu advogado, Lenilson Ferreira, afirmou ao UOL que Marlisson está disposto a colaborar com as investigações para provar sua inocência. Kevin Teles, advogado de Claudiele Santos da Silva, disse que não há provas contundentes contra sua cliente, afirmando que ela é apenas uma funcionária do salão sem vínculo com a família Cardoso. As defesas de Cleusimar Cardoso, Ademar Cardoso e Verônica da Costa Seixas não responderam aos pedidos de posicionamento.
Com informações do UOL*
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