A malária em Manaus registrou um aumento significativo em 2025, levando a Prefeitura a intensificar as medidas de prevenção e controle em áreas consideradas endêmicas. Nesta terça-feira (25), equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) realizaram uma ação de campo no bairro Tarumã-Açu, na zona Oeste, como parte da estratégia de enfrentamento à doença, que teve avanço de 39,7% em relação ao mesmo período de 2024.
A mobilização incluiu visitas domiciliares, realização do exame de Gota Espessa — considerado padrão-ouro para diagnóstico — e atividades de educação em saúde. A iniciativa reforça o esforço da gestão municipal diante do período sazonal da doença e do aumento de notificações em comunidades vulneráveis.
Aumento da malária em Manaus preocupa autoridades sanitárias
A chefe de Controle de Endemias do Distrito de Saúde (Disa) Oeste, Ana Carolina Souza, explicou que a área do ramal do Britador concentrou grande parte da operação devido ao crescimento recente de casos da malária em Manaus no Tarumã-Açu.
“Foi identificado um aumento expressivo de notificações no bairro, que já é considerado endêmico. A partir de agosto, observamos maior circulação de pessoas entre comunidades e balneários, o que amplia o risco de transmissão”, afirmou.
Durante a ação, o exame foi oferecido a todos os moradores, mesmo os assintomáticos. A prática faz parte da estratégia de busca ativa para localizar casos ocultos da doença, capazes de manter o ciclo de transmissão sem apresentar sintomas.
Segundo Ana Carolina, detectar pacientes assintomáticos é fundamental:
“São pessoas que, mesmo sem sentir nada, continuam transmitindo a doença. Com o teste, conseguimos iniciar o tratamento imediato e interromper o avanço da malária.”
Em novembro, ações semelhantes foram realizadas nas comunidades Cidade das Luzes e Parque das Tribos 1 e 2, também na zona Oeste.
Prefeitura reforça medidas de combate ao vetor da malária em Manaus
A gerente de Vigilância em Saúde do Disa Oeste, Rúbia Medeiros, detalhou que as equipes seguem atuando na eliminação e tratamento de criadouros do mosquito Anopheles — transmissor da malária em Manaus — além da distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticida e uso seletivo de termonebulização (fumacê).
“No período sazonal, as ações precisam ser ampliadas. Nossos agentes reforçam as orientações de prevenção, explicam os sintomas e realizam atividades educativas, para que a comunidade reconheça os riscos e busque atendimento ao menor sinal da doença”, afirmou Rúbia.
Moradores têm reconhecido o impacto das ações. Júlio César Diaz, que vive no ramal do Britador há um ano, destacou a importância da prevenção.
“Sei que vizinhos já tiveram malária. Ter o exame em casa faz diferença, porque ajuda a identificar a doença antes que ela se espalhe”, disse.
Casos de malária em Manaus ultrapassam 7 mil em 2025
Dados do Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (Sivep-Malária/Ministério da Saúde) apontam que, entre janeiro e 22 de novembro de 2025, Manaus registrou 7.054 casos de malária. O número representa um aumento de 39,7% em comparação com o mesmo período em 2024, quando foram notificados 5.049 casos.
A distribuição dos casos neste ano é a seguinte:
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Área Rural Terrestre: 2.989 casos
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Disa Oeste: 1.265 casos (17,9% do total), contra 503 casos em 2024
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Disa Leste: 2.336 casos
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Área Fluvial: 361 casos
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Disa Norte: 86 casos
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Localidades não informadas: 16 casos
O aumento da malária em Manaus está associado a fatores ambientais, climáticos e à presença do mosquito do gênero Anopheles em regiões de mata, áreas alagadiças e locais com fluxo intenso de pessoas.
Sintomas, transmissão e importância do tratamento precoce
A malária é uma doença infecciosa febril aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles infectada. Em Manaus, o cenário endêmico torna a população especialmente vulnerável.
Os sintomas mais comuns incluem:
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febre alta
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calafrios
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tremores
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sudorese
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dor de cabeça
Embora tenha cura e tratamento gratuito, a malária pode evoluir para casos graves se não for diagnosticada rapidamente. Por isso, as autoridades reforçam a necessidade de procurar atendimento imediato ao surgimento dos primeiros sinais.
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