O plano Gaza será o principal tema de uma reunião entre o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevista para o fim deste mês. Netanyahu afirmou neste domingo que a segunda fase da proposta norte-americana para encerrar a guerra em Gaza está próxima de avançar, embora pontos essenciais ainda precisem ser definidos.
Falando a jornalistas ao lado do chanceler alemão Friedrich Merz, em Jerusalém, o premiê destacou que ainda não há clareza sobre questões estruturais da próxima etapa do plano, como a possível criação de uma força de segurança multinacional. Segundo ele, é fundamental estabelecer parâmetros como responsabilidades, prazos e alternativas caso não haja participação internacional direta.
Discussões sobre a segurança e o futuro de Gaza
De acordo com o plano proposto pelos Estados Unidos, Israel deverá recuar gradualmente da Faixa de Gaza conforme uma autoridade de transição seja estabelecida no território. Esta segunda fase prevê o desarmamento total do Hamas e o início da reconstrução local. Uma força multinacional poderia ser mobilizada para garantir a segurança interna durante esse processo.
No entanto, apesar do cessar-fogo entrar em seu segundo mês, a situação permanece tensa. Israel tem realizado ataques aéreos sob a justificativa de evitar ações ofensivas e destruir estruturas consideradas militantes. O Ministério da Saúde de Gaza relata a morte de 373 palestinos desde o início da trégua, enquanto três soldados israelenses morreram em incidentes atribuídos a militantes da região.
Netanyahu afirmou que não é suficiente que o Hamas apenas respeite o cessar-fogo. Ele defende que o grupo cumpra integralmente seus compromissos com o plano de desarmamento e desmilitarização de Gaza, condição que considera essencial para a estabilidade futura.
Um centro de coordenação multinacional já foi criado em Israel. Contudo, ainda não há calendário definido e autoridades envolvidas reconhecem atraso na implementação dos próximos passos. Netanyahu afirmou que as decisões pendentes precisam ser resolvidas para garantir que a segunda fase seja, de fato, concretizada.
Alemanha cobra avanços no “Plano Gaza” antes de entrada na reconstrução
O chanceler alemão Friedrich Merz afirmou que a Alemanha está disposta a colaborar com a reconstrução de Gaza. No entanto, destacou que Berlim aguarda os resultados da reunião de Netanyahu com Trump. Só após um posicionamento claro de Washington sobre sua participação, a Alemanha decidirá como poderá contribuir.
Merz também reforçou que a segunda fase do plano deve ter início o quanto antes. Segundo ele, a definição das responsabilidades internacionais pode ser decisiva para garantir que o processo seja bem-sucedido.
Cisjordânia permanece tema sensível nas negociações
Além da situação em Gaza, Netanyahu disse que discutirá com Trump oportunidades para acordos de paz mais amplos na região. Ele se referiu principalmente às negociações que os Estados Unidos vêm conduzindo para ampliar o reconhecimento diplomático de Israel por países árabes e muçulmanos.
O primeiro-ministro voltou a afirmar que Israel pretende manter o controle de segurança da Cisjordânia. Essa posição contrasta com declarações recentes de Trump, que assegurou a líderes muçulmanos que Israel não anexaria o território ocupado.
Mesmo sem consenso, Netanyahu reconheceu que a anexação política da Cisjordânia continuará sendo pauta de debate e deve influenciar fortemente os rumos das tratativas por acordos de paz com os palestinos.
Encontro definirá futuro do plano
A reunião prevista entre Netanyahu e Trump deverá ser determinante para esclarecer como o plano Gaza avançará. Sem definição de prazos e sem garantia de uma força internacional de segurança, a segunda fase permanece travada.
Apesar dos desafios diplomáticos e operacionais, Netanyahu demonstrou confiança de que os Estados Unidos podem ajudar a desbloquear o processo. A expectativa internacional é que o encontro marque um ponto decisivo para o futuro de Gaza, para a reconstrução do território e para as negociações de paz no Oriente Médio.
Leia mais:
Putin afirma que Rússia está “pronta” para guerra
Vegetação avança na Antártica: impacto pode atingir o Brasil
Alemanha inicia operação do Arrow 3, novo e potente escudo antimísseis europeu
Siga nosso perfil no Instagram, Tiktok e curta nossa página no Facebook
📲Quer receber notícias direto no celular? Entre no nosso grupo oficial no WhatsApp e receba as principais notícias em tempo real. Clique aqui.

