Governador participou de Fórum Lide, nos Estados Unidos, que reuniu empresários de setores com faturamento acima de R$ 200 milhões por ano
O governador do Amazonas, Wilson Lima, está nos Estados Unidos cumprindo agenda política. Nesta terça-feira (9), ele participou do Lide Brazil Investment Forum em Nova Iorque, onde convidou os empresários que participaram do evento a investirem no Amazonas e se tornarem protagonistas do desenvolvimento sustentável.
Lima também frisou o fato de que é impossível preservar a floresta sem cuidar das pessoas que vivem nela. “Não tem como você preservar a Amazônia, não tem como você proteger esse patrimônio da humanidade se você, primeiro, não proteger as pessoas”, disse.
“O mundo hoje fala sobre a Amazônia. E se você perguntar para qualquer cidadão no planeta se ele conhece a Amazônia, ele responderia que sim; e se você perguntar para ele se tem interesse em preservar, diria que sim. Só que o grande problema é que as pessoas só conhecem a Amazônia pela vista aérea, pela copa das árvores, e não conhecem suas verdadeiras raízes, que é a sua população”, continuou o governador.
O governador participou do painel “Desafios das Grandes Reformas e a Atratividade do Brasil para Novos Investimentos Internacionais”. O evento é organizado pelo Lide, grupo que reúne líderes empresariais de variados setores com faturamento igual ou superior a R$ 200 milhões por ano. O fórum contou com a presença de 250 empresários brasileiros, investidores, banqueiros e jornalistas.
ZFM e diversidade
Em sua fala, Wilson Lima ressaltou que as indústrias da Zona Franca de Manaus diminuem a pressão sobre a floresta e, consequentemente, têm papel fundamental para manter 97% da cobertura natural preservada.
O governador chamou a atenção dos participantes do evento ao destacar que o Amazonas – maior estado brasileiro – abriga uma diversidade de oportunidades com alto potencial de retorno econômico e de boa reputação para investidores.
Já que o Amazonas está em localização estratégica, e por ser o estado brasileiro mais ao Norte do país, está próximo a grandes centros de consumo dos Estados Unidos, da América Central e Caribe e da América do Sul. O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes e portos públicos e privados em Manaus movimentam cargas com insumos e produtos acabados com origem e destinos nacionais e internacionais.
O governador frisou que as 500 empresas instaladas na Zona Franca de Manaus – que contam com incentivos fiscais estaduais e federais – faturaram mais de 34 bilhões de dólares por ano. O Polo Industrial de Manaus é líder brasileiro na produção de televisores, smartphones e motocicletas; e o segundo produtor mundial de aparelhos de ar-condicionado.
“O caminho mais seguro e interessante para se preservar nossos ativos ambientais é fortalecer os modelos econômicos que já funcionam nessas regiões. No estado do Amazonas, temos especificamente a Zona Franca de Manaus, que representa algo em torno de 70% da nossa atividade econômica, é o modelo mais exitoso da Amazônia de desenvolvimento econômico e social e de proteção ambiental”, destacou.
Sustentabilidade
O Amazonas tem potencial para receber indústrias voltadas à utilização de matérias-primas advindas da biodiversidade local, nas áreas de biofármacos, biocosméticos e fitototerápicos. Além do aproveitamento de produtos florestais não madeireiros de uso sustentável, como borracha, castanha, açaí e buriti.
O Estado conta com 809,6 milhões de toneladas de créditos de carbono equivalente já disponibilizados para negociação. O potencial de captação é de até R$ 2,4 bilhões. E também aderiu ao Race To Zero, campanha da ONU para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
O Governo do Estado já trabalha para iniciar a concessão de oito florestas públicas como alternativa econômica sustentável, equilibrando conservação ambiental, respeito aos ciclos florestais e geração de renda local. A previsão é finalizar os estudos e abrir para a concessão, ainda neste ano, a primeira delas: Floresta Estadual de Maués.
O Amazonas tem acordos nacionais e internacionais de apoio ao desenvolvimento sustentável, como o Fundo Floresta do Banco Alemão KFW. Para frear o desmatamento, o Amazonas tem investido no Cadastramento Ambiental Rural de Imóveis.
“Se alguém disser assim: ‘governador, eu tenho interesse em proteger a Amazônia!’. Vamos proteger, vamos construir uma Escola da Floresta, vamos dar condição mínima para quem mora na floresta sobreviver – água potável, energia, comunicação -, porque se a gente não proteger quem mora na floresta, não tem como a gente proteger os nossos ativos ambientais”, concluiu Wilson Lima.
Participantes do fórum
Também participam do Lide Brazil Investment Forum o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro; de Minas Gerais, Romeu Zema; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; do Paraná, Ratinho Júnior; e Mato Grosso, Mauro Mendes. Além do governador do Pará, Helder Barbalho; do Espírito Santo, Renato Casagrande; e dos prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes, e do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Também foram convidados para o evento o ex-presidente Michel Temer; o presidente da Câmara, deputado federal Arthur Lira e outros parlamentares. Participaram, ainda, o presidente do Bank of América, Alexandre Bettamio; o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Isaac Sidney; e o presidente do Conselho Banco Bradesco Luiz Carlos Trabuco Cappi.
Financiamento
Em Washington, capital do país, o governador buscou captar financiamento e apoio ao desenvolvimento de novas tecnologias, em encontro com representantes do Brazil Institute e do Grupo ICCF (Fundação Internacional Caucus para Conservação), na segunda-feira (8).
Lima também apresentou os potenciais do estado na área ambiental a partir de modelos econômicos sustentáveis.
“Essa reunião foi muito importante e esclarecedora para que a gente pudesse colocar o ponto de vista de que não tem como preservar as florestas sem que a gente fortaleça nossos modelos econômicos que já existem, como a Zona Franca de Manaus. E que possamos também incrementar outras atividades como a bioeconomia, as cadeias produtivas, e fortalecê-las”, defendeu o governador.
Para o governador, é preciso superar desafios como a distribuição de água potável e de infraestrutura de energia para os povos da floresta para preservar a Amazônia, além de investir em formas de sustento para que essas populações mantenham as árvores em pé.
Segundo ele, isso permitirá abrir novos caminhos para a economia local, sem deixar de lado o modelo Zona Franca de Manaus, que representa 70% da atividade econômica do estado.
“A gente precisa de tecnologia, a gente precisa de investimentos, precisa de financiamentos. E todas essas instituições, como o Wilson Center, são importantes para fazer essa ponte com investidores, com empresas e com instituições que estão interessadas em fazer investimentos na Amazônia”, reforçou o governador.
Instituições
O Brazil Institute apoia relações entre instituições brasileiras e americanas. Já o Grupo ICCF promove a liderança na conservação ambiental internacional por meio de parcerias e ações de conscientização.
Ambos integram o Wilson Center, fundado pelo Congresso como o memorial do presidente Woodrow Wilson, sendo o principal fórum político não partidário do país para lidar com questões globais por meio de pesquisa e diálogos que pautam a comunidade política internacional.
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