Uma pesquisa recente realizada pelo instituto Datafolha revelou que a sensação de insegurança nas ruas das cidades brasileiras persiste como um problema significativo para a população. Segundo os resultados do levantamento, seis em cada dez brasileiros afirmam sentir-se inseguros ao caminhar pelas ruas das cidades onde vivem. Os dados também apontam que a insegurança é mais pronunciada após o anoitecer, afetando 34% das pessoas que se dizem “muito inseguras” nesse período e 26% que afirmam sentir “um pouco de insegurança”.
A pesquisa do Datafolha mostrou uma oscilação em comparação com um levantamento semelhante realizado há um ano e meio. Em março de 2022, 37% dos entrevistados relataram sentir-se “muito inseguros” e 27% afirmaram sentir “um pouco de insegurança”. Os números atuais sugerem uma ligeira melhoria na percepção de segurança, mas o problema continua afetando a maioria dos brasileiros.
Insegurança na rua
A insegurança ao caminhar à noite em seus próprios bairros é uma preocupação ainda mais acentuada, especialmente entre as mulheres e aqueles com mais de 45 anos. Mais da metade dos entrevistados admitiu sentir-se insegura nessa situação.
O levantamento do Datafolha envolveu a participação de 2.016 pessoas com mais de 16 anos em todo o país nos dias 12 e 13 de setembro de 2023, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
As respostas dos entrevistados também revelaram que a percepção de segurança varia de acordo com o perfil ideológico. A pesquisa mostrou que a diferença nas respostas entre aqueles que se identificam como bolsonaristas e petistas é mais acentuada do que as diferenças regionais, de renda, de gênero ou de cor da pele. Enquanto 54% dos petistas ou próximos ao petismo afirmam sentir algum grau de segurança, apenas 26% dos bolsonaristas ou simpatizantes do ex-presidente se sentem seguros, com 74% relatando sentir-se “muito” ou “um pouco inseguros”.
Percepção em diferentes grupos
Outros fatores como gênero, renda familiar e profissão também influenciam a percepção de segurança. Por exemplo, 65% das mulheres entrevistadas relatam sentir insegurança ao caminhar pela cidade, em comparação com 53% dos homens. Além disso, a pesquisa destacou que os brasileiros mais ricos percebem uma diferença significativa entre a sensação de segurança em suas cidades e seus próprios bairros. Apenas 7% dos entrevistados que ganham mais de dez salários mínimos se sentem “muito seguros” ao caminhar nas ruas da cidade, enquanto 20% se sentem dessa forma em seus bairros.
Outro dado importante da pesquisa é que a preocupação com a violência disparou em relação ao final de 2022, tornando-se o maior problema para a população, ao lado da saúde, ambos citados por 17% dos entrevistados e compartilhando o primeiro lugar.
Anuário Brasileiro de Segurança Pública
Embora alguns estudos apontem uma diminuição da violência no país desde 2018, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos em relação à segurança pública. O 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado em julho, revelou que as mortes violentas atingiram o patamar mais baixo em 12 anos, mas o país continua a concentrar uma parcela significativa dos homicídios no mundo.
Além disso, o Brasil enfrenta desafios relacionados a crimes sexuais, com um aumento no número de casos de estupro e assédio sexual em 2022. Estatísticas alarmantes revelam que o país registrou o maior número de casos de estupro da série histórica, iniciada em 2011, com uma média de 205 casos por dia, levando em consideração apenas os casos denunciados à polícia.
*Com informações da Folhapress
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