Empresas de navegação anunciaram a cobrança de uma tarifa de “pouca água” de até US$ 5,9 mil (cerca de R$ 32,2 mil) por contêiner durante o período de seca dos rios na Amazônia. A medida visa garantir a continuidade do transporte de mercadorias para Manaus, incluindo o uso de balsas em trechos críticos do Rio Amazonas.
Detalhes da cobrança
- Aliança Navegação e Logística: Menor taxa anunciada, R$ 15 mil por contêiner, a partir de 1º de setembro.
- MSC: Cobrança de US$ 5 mil (R$ 27,3 mil) por contêiner, a partir de 1º de agosto.
- Maersk: Maior taxa, US$ 5,9 mil (R$ 32,2 mil) por contêiner, também a partir de 1º de agosto.
Justificativa das empresas
A MSC destacou que a Low Water Surcharge (LWS) é uma cobrança excepcional e temporária, causada por condições extraordinárias de navegação, sendo revisada conforme a gravidade da seca e as condições do calado do Rio Amazonas.
Reações
Críticas de Autoridades e Empresários:
- Serafim Corrêa, Secretário de Desenvolvimento Econômico: Condenou a cobrança, afirmando que as operadoras de navegação estão se aproveitando da situação para lucrar. Na reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), ele enfatizou que as tarifas são abusivas.
- Antônio Silva, Presidente da Fieam: Reforçou as críticas, mencionando que a tarifa está prejudicando os produtores.
Comparação com Anos Anteriores: Serafim Corrêa destacou que, no ano passado, durante uma estiagem severa, a taxa era de US$ 2,1 mil, contrastando com as novas tarifas de US$ 5 mil e US$ 5,9 mil. Ele alertou que, somadas à nova taxa, os custos de frete atingem 40% do valor das mercadorias transportadas, prejudicando a competitividade da Zona Franca de Manaus.
Impacto da Seca
O Rio Amazonas é crucial para o transporte de cargas de Manaus para outros países e para trazer insumos para a produção local. Em outubro, quando o rio atinge níveis mais baixos, grandes navios enfrentam dificuldades para navegar até a capital amazonense. Em 2023, balsas foram utilizadas para evitar o desabastecimento.
Soluções Alternativas
A Aliança Navegação anunciou o uso de balsas para transportar mercadorias dos portos de Barcarena e Itacoatiara para Manaus, utilizando um píer provisório em Itacoatiara para transbordo de cargas, a fim de contornar os trechos assoreados.
*Com informações do Atual
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